Resumo

O Exercício Nórdico dos Isquiotibiais (ENI) tem sido objeto de polêmicas relativas à sua utilização; alguns pesquisadores afirmam que ele pode contribuir para lesões nos isquiotibiais, outros preconizam os efeitos terapêuticos do ENI. Objetivo: discutir a partir de um modelo biomecânico simples, as forças isométricas exercidas pelos isquiotibiais (Fisq) e a resultante sobre o joelho (Rj) que atuam, em isometria, sob diferentes ângulos de inclinação do tronco. Métodos: Foi construído o modelo mimetizando o ENI representando um sujeito ajoelhado com os tornozelos fixados de modo a impedir a movimentação das pernas. O tronco inclinado com a horizontal sob ângulos de 80, 75, 70, 65, 60 e 55 graus com a vertical. Nessas seis inclinações foi considerado o ângulo médio de ação dos isquiotibiais de 7º com a linha longitudinal do tronco. A estatura (entre 1,60 e 2,00m) e a massa corporal (entre 50 e 120 Kg) foram variáveis consideradas. Foram aplicadas as condições de equilíbrio de um corpo extenso da mecânica clássica. Foram consideradas as localizações dos centros de massa de cada segmento corporal para a identificação do ponto de aplicação de forças gravitacionais no modelo, posteriormente, com o software Origin 9.0®, foram calculadas as forças resultantes exercidas pelos isquiotibiais (Fisq) e as forças resultantes exercidas sobre os joelhos (Rj); os cálculos estatísticos realizados onde foram aplicados testes de normalidade, homoscedasticidade, comparações e correlações, todos com p<0,05. Resultados: a normalidade dos dados foi confirmada pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade das variâncias pelo teste de Levene. A associação entre a Fisq e a estatura foi significante para com h2=0,988 em todas as angulações do tronco, por sua vez, a força resultante que atua sobre o joelho apresentou associação com a estatura com h2=0,923. As comparações foram significantes entre todos os ângulos de inclinação do tronco considerados com p de Bonferroni <0,001. Todas as correlações entre Fisq e Rj foram significantes com r>0,980. Conclusão: o modelo evidenciou a complexidade do ENI e que novos estudos que considerem outras forças devem ser realizados.

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