Modelo Experimental Para o Estudo da Interação Entre Metabolismo da Glicose e dos ácidos Graxos Livres no Exercício em Condição de Hiperlipemia
Por Maria Alice Rostom de Mello (Autor), Claudio Alexandre Gobatto (Autor), Clarice Yoshiko Sibuya (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 6, n 1, 2001. Da página 38 a 52
Resumo
Este estudo foi delineado para desenvolver um modelo animal de hiperlipemia crônica, independente de manipulação dietética, visando análise da interação metabólica glicose/ácidos graxos livres (AGL) no exercício. Ratos com 60 dias foram separados em 4 grupos e tratados por 6 semanas. Sedentário/Heparina- receberam diariamente uma aplicação de heparina (250 U/kg), para elevar os AGL circulantes; Sedentário/Salina - receberam diariamente uma aplicação de salina (NaCI 0.9%); Treinado/Heparina - receberam heparina e foram submetidos a natação, 1h/dia, 5 dias/semana, com sobrecarga de 5% p.c. e Treinado/Salina- receberam salina e foram submetidos a natação. Os animais "heparina" apresentaram AGL séricos elevados durante parte do dia Glicose e insulina basais no soro e insulina no pâncreas foram semelhantes para todos os grupos. Glicogênio do músculo sóleo foi maior nos treinados que nos sedentários. Durante teste de tolerância a glicose os animais "heparina" apresentaram área sob a curva de insulina superior e área sob a curva de glicose semelhante às dos "salina". Durante teste de tolerância á insulina, a taxa de remoção da glicose sérica dos ratos "heparina" foi inferior á dos "salina". A presença de AGL não afetou a depleção do glicogênio do músculo sóleo isolado em nenhum grupo. Em resumo, os efeitos crônicos da elevação da disponibilidade de AGL alteraram a utilização periférica de glicose enquanto que o aumento agudo não o fez. 0 modelo parece viável para estudos da interação metabólica glicose /AGL no exercício.