Modelos pedagógicos para o ensino do esporte: uma análise à partir da perspectiva feminista
Por Mariana Harumi Cruz Tsukamoto (Autor), Luiz Felipe Silva Bonassoli (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
O esporte é um fenômeno socialmente construído, estruturado, plural, repleto de ambiguidades e, inegavelmente, alicerçado no patriarcado. Gradualmente sua prática foi expandida, mas não de forma equânime para homens e mulheres. Com o crescente interesse da sociedade em ampliar os valores educacionais e formativos, surge a pedagogia do esporte, a qual debruça-se sobre os modelos pedagógicos, caracterizados como padrões de ensino estruturados, coesos e descritos com clareza. Cada modelo apresenta características próprias de planejamento, teoria, gerenciamento de salas de aula, atividades de ensino e avaliação. Objetivo: Identificar e analisar como os oito modelos de ensino descritos no livro “Instructional Modelsfor Physical Education – Third Edition” referenciam meninas e mulheres sob a perspectiva da teoria feminista. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica qualitativa sobre os modelos pedagógicos da Educação Física, abrangendo a gama da produção do conhecimento, englobando epistemologia, metodologia e método, oriundos das pesquisas feministas. Resultados: Os modelos pedagógicos analisados fazem poucas ou nenhuma referência à participação de mulheres dentro de suas práxis e fundam-se em conceitos de estudos sociais genéricos visando atingir todos grupos populacionais. Mesmo modelos ousados como o Sport Education ou Teaching Personal and Social Responsibility não possuem evidências fortes na promoção de equidade de gênero, portanto, carecem da análise de temas como gênero e suas relações com poder e reflexividade no esporte. Conclusões: Os modelos examinados são consagrados e essenciais para o desenvolvimento esportivo de muitos, comprovando sua relevância para a área do esporte. Porquanto os textos analisados não consideram especificamente a participação de meninas e mulheres, cabe ao leitor, condutor da prática, professor responsável pela formação problematizar tais questões considerando que a participação de todos deve ser inerente à prática. Assim, é necessário incluir experiências, sentimentos e emoções de mulheres e outros grupos marginalizados, no estudo, na intervenção e na produção de conhecimento científico.