Resumo
A literatura mostra de forma intensa a atuação da contração excêntrica enquanto agente desencadeador de modificações degenerativas na ultraestrutura celular, em virtude de distúrbios gerados pelo maior potencial do estresse mecânico nesta fase do movimento. Contudo, relata também a eficácia do treinamento excêntrico para a aquisição de melhores resultados em ganho de força e hipertrofia quando comparado a métodos de força máxima dinâmica positiva e estática. Desta forma, houve o interesse de compreender as alterações advindas do exercício excêntrico dentro de uma proposta de estudo global dos processos adaptativos, com a preocupação de analisar as circunstâncias de intensidade, duração e freqÜência dos estímulos aplicados ao tecido músculo-esquelético por intermédio de uma ação integradora dos princípios do treinamento físico e esportivo. Para a elaboração do trabalho, utilizou-se referenciais bibliográficos que tratam sobre exercício excêntrico e suas formas de treinamento, bem como a literatura específica das teorias do treinamento físico e esportivo. A conclusão que se chegou foi que a forma de manifestação da contração muscular - contração excêntrica - não pode ser considerada, por si só, o fator único resultante de processos lesivos na célula muscular. Deve-se levar em conta a complexidade relacional existente entre variáveis intrínsecas à atividade (intensidade, duração, freqüência e tipo de exercício) e ao sujeito (condição física e estágio de treinamento, por exemplo).