Monitoramento da Carga de Jogo de Uma Equipe Profissional de Voleibol Masculino
Por Fernanda Martins Brandão (Autor), Vinícius Figueirôa da Cunha (Autor), Thiago Ferreira Timoteo (Autor), Maurício Bara Filho (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Em um processo de treinamento o monitoramento das cargas torna-se essencial, visto que a partir dele é possível determinar se os atletas estão se adaptando positivamente ao programa de treinamento e a fim de evitar más adaptações, como o overreaching não funcional, lesões e/ ou doenças. Neste contexto, a Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) da sessão vem se destacando como uma ferramenta validada na literatura, além de ser simples e de custo acessível, contribuindo para auxiliar os técnicos na elaboração dos seus treinos, já que a partir dela é possível obter a carga interna de treinamento (CIT) dos atletas, ou seja, o esforço psicofisiológico ao qual eles foram submetidos a partir dos treinamentos ou partidas disputadas. Objetivo: Comparar a média da carga de jogo de uma equipe de voleibol com o número de sets disputados. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 17 atletas profissionais de voleibol, do sexo masculino, integrantes de uma equipe de nível nacional que disputou a Superliga 2016/2017.
Para monitorar a CIT foi utilizado o método de PSE da sessão. Este método consiste na multiplicação do escore da PSE pela duração total da sessão, em minutos, resultando em um valor expresso em unidades arbitrárias. Assim, trinta minutos após o término de cada partida os atletas responderam a escala de Foster de 0 a 10 sobre a percepção do esforço deles em relação à carga do jogo. Os atletas já estavam familiarizados com a escala, sendo esta utilizada habitualmente pela comissão técnica da equipe investigada. As vinte duas partidas da fase classificatória da Superliga foram divididas de acordo com o número de sets disputados, resultando em sete partidas com três sets, oito partidas com quatro sets e sete partidas com cinco sets.
Os dados são expressos em forma de média ± desvio padrão. Os pressupostos de normalidade e homogeneidade foram avaliados, a partir disso foi utilizado a ANOVA seguido do Post-Hoc de Bonferroni. Foi utilizado o software estatístico SPSS versão 20.0, sendo adotado nível de significância de 5%.
Resultados: A média da carga dos jogos com três sets foi 243,86 ± 53,748, já dos jogos com quatro sets foi 354,13 ± 57,325 e dos jogos com cinco sets foi de 414,86 ± 77,351. Foram encontradas diferenças significativas entre jogos com três sets comparados a jogos com quatro ou cinco sets, porém jogos com quatro ou cinco sets não apresentaram diferenças estatisticamente significativas, sugerindo que as cargas entre esses sets são muito semelhantes. Conclusões: Observa-se que em partidas disputadas com mais de 3 sets há uma influência significativa na carga do jogo, fato que deve ser considerado pelos técnicos dentro do processo de preparação e recuperação dos atletas.