Resumo

O ciclismo é um esporte de alta demanda psicofisiológica imposta aos atletas, no qual a relação dose-resposta ótima entre as cargas de treinamento (CT) aplicadas e o desempenho é a chave para obtenção de adaptações positivas ao treinamento. Por outro lado, se as CT forem excessivas ou insuficientes, pode-se aumentar o risco de lesões e insucesso competitivo. Assim, é fundamental um controle preciso das CT, no qual a integração de métodos objetivos e subjetivos tem sido sugerida como importante para o monitoramento dos atletas. Além disso, a avaliação do desempenho é de grande importância para verificação da eficácia do programa de treinamento de ciclistas. Dessa forma, os objetivos do presente estudo foram: (1) verificar a reprodutibilidade da potência média produzida por ciclistas em 4 CRs de 20 min em subida e a reprodutibilidade da estratégia de pacing empregada; (2) descrever a relação entre os métodos TSS, Trimp de Edwards e PSE da sessão e avaliar o método TSS frente aos outros dois métodos na quantificação das CT no ciclismo. Para o objetivo 1, a amostra foi composta por 18 ciclistas moderadamente treinados. A potência média não foi diferente (F = 0,150; p = 0,855; ƞp2 = 0,009) entre os CRs (287 ± 30, 287 ± 29, 286 ± 32 e 286 ± 34 W para os CRs 1, 2, 3, e 4, respectivamente). Foram encontrados alta variabilidade na estratégia de pacing no início e final dos CRs (ET = 7,57%, 6,29% e 6,08% para o intervalo 0–2 min; 7,01%, 6,34% e 6,24% para o intervalo 18–20 min, entre os CRs 2–1, 3–2 e 4–3, respectivamente) e efeito principal significativo do tempo (F = 96,134; p < 0,001; ƞp2 = 0,850). A comparação aos pares revelou diferenças apenas entre os intervalos 0–2 e 2–4 (p < 0,001). A estratégia de pacing adotada pelos ciclistas não foi diferente entre CRs (F = 1,970; p = 0,060; ƞp2 = 0,104) e grupos de desempenho (F = 1,052; p = 0,399; ƞp2 = 0,062), mas diferiu entre percursos (F = 4,861; p = 0,006; ƞp2 = 0,233). A potência média durante CR de 20 min em subida é reprodutível e os ciclistas parecem não modificar a estratégia de pacing após avaliações consecutivas, o que faz deste protocolo robusto para análise do desempenho em campo. Para o objetivo 2, a amostra foi composta por um atleta amador. Foram considerados 76 dados de treinos em um período de 23 semanas. A média (± desvio padrão) dos métodos de quantificação da carga foi 712,5 ± 438,3 U.A. para a PSE da sessão, 354,5 ± 209,6 U.A. para o Trimp de Edwards e 120,0 ± 59,7 U.A. para o TSS. O relacionamento entre TSS e PSE da sessão, TSS e Trimp de Edwards e Trimp de Edwards e PSE da sessão foram todos positivos e muito fortes (r = 0,83 a 0,90). De acordo com os valores encontrados, o TSS pode ser explicado 81% pela PSE da sessão e 75% pelo Trimp de Edwards; o Trimp de Edwards pode ser explicado 69% pela PSE da sessão. Os diagramas de Bland-Altman apresentaram limites de concordância de 95% de ± 53,20% entre TSS e PSE da sessão, ± 58,20% entre TSS e Trimp de Edwards e ± 69,0% entre Trimp de Edwards e PSE da sessão. Os métodos de CT analisados apresentaram bom relacionamento, porém com tendência de menor concordância entre eles conforme o au

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