Morfologia de Atletas de Handebol Masculino do Estado de Santa Catarina
Por Daniel Giordani Vasquez (Autor).
Integra
INTRODUÇÃO:
As características morfológicas (antropométricas e da composição corporal) são muito importantes no handebol, pois são elas que proporcionam condições para o treinamento das qualidades físicas necessárias para um bom rendimento, além de auxiliarem diretamente nas ações de jogo. Como em outras modalidades esportivas coletivas, o handebol exige atletas com características morfológicas específicas para cada posição de jogo, as quais influenciarão, direta ou indiretamente, as ações técnicas e táticas desta modalidade. O objetivo deste estudo foi descrever variáveis morfológicas de atletas de handebol masculino adulto do Estado de Santa Catarina e compará-los por posição de jogo, por classificação na competição e com equipes em nível nacional e internacional.
METODOLOGIA:
Foram mensurados os atletas titulares das equipes participantes do 43º (2003) e 44º (2004) Jogos Abertos de Santa Catarina de handebol masculino, totalizando 139 atletas, com média de idade de 23,56 ± 5,51 anos. As variáveis analisadas foram: massa corporal (MC), estatura (ES), envergadura (ENV), altura tronco-cefálica (ATC), comprimento dos membros inferiores (CMI), diâmetro palmar (DPA), diâmetro rádio-ulnar (DRU), perímetro do antebraço (PA), somatório de sete dobras cutâneas (Σ7DC), percentual de gordura (%G), massa de gordura (MG) e massa corporal magra (MCM). Utilizou-se o ANOVA one-way para comparar os atletas entre as posições ofensivas (goleiros, pivôs, extremas e armadores). Para comparar as equipes primeiras colocadas na competição (EQPC) com as últimas colocadas (EQUC), utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes. A fim de comparar equipes nacionais (Londrina, terceira colocada na Liga Nacional de 2003) e internacionais (seleção de Cuba de 1995 e seleção do Panamericano de 1999) com os atletas de Santa Catarina, utilizou-se o one-sample t test. Para todos os testes estatísticos, manteve-se p<0,05.
RESULTADOS:
Com base nos resultados, pôde-se detectar que os atletas de handebol do Estado de Santa Catarina apresentaram morfologia inferior a valores recomendados pela literatura, principalmente nas variáveis MC, ES, ENV, DPA e %G. A comparação dos atletas por posição ofensiva de jogo demonstrou que todas as variáveis diferiram significativamente (p<0,05) entre as posições. Os extremas apresentaram valores inferiores aos armadores e aos pivôs. Em relação à comparação das equipes primeiras (EQPC) com as últimas colocadas (EQUC) nas competições, verificou-se que a maioria das variáveis (exceto o PAB, o DRU e a MG) diferiram significativamente. As EQPC obtiveram os valores antropométricos e da composição corporal melhores do que os apresentados pelas EQUC. Constatou-se que os atletas do Estado de Santa Catarina apresentavam resultados similares à equipe nacional e inferiores às equipes internacionais, principalmente nas variáveis CMI, ENV, DPA e ES (p<0,05).
CONCLUSÕES:
Conclui-se que, para melhorar o nível do handebol do Estado de Santa Catarina, devem ser considerados critérios científicos para a melhoria da composição corporal e para a busca de atletas com características antropométricas adequadas à modalidade esportiva, além de qualidades físicas, psicológicas, técnicas e táticas inerentes à modalidade esportiva.