Morte Súbita em Atletas Jovens - Causas e Condutas
Por João Paulo Machado Bergamaschi (Autor), Sandra Marcela Mahecha Matsudo (Autor), Victor Keihan Rodrigues Matsudo (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 15, n 3, 2007. Da página 123 a 136
Resumo
Apesar de ser um evento raro, a morte súbita em atletas gera grande impacto social e emocional em toda a sociedade, principalmente quando a vítima é um atleta jovem. Sua incidência varia de acordo com o gênero e idade do atleta, modalidade esportiva envolvida e região demográfica, e situa-se aproximadamente em 1 a cada 100.00 - 300.000 atletas jovens. As causas de morte súbita em atletas podem ser divididas em traumática e não traumática. As mortes de causa não traumática são ainda subdivididas em cardiovasculares e não cardiovasculares. O commotio cordis é considerado a principal causa traumática. Como principal causa cardiovascular de morte súbita em atletas com menos de 35 anos de idade temos a cardiomiopatia hipertrófica, seguida da anomalia de artéria coronária e cardiomiopatia arritmogênica de ventrículo direito. As causas não cardiovasculares são menos freqüentes e envolvem principalmente casos de hipertermia e asma grave. Muita discussão tem sido observada sobre a avaliação médica de atletas jovens para liberação para atividades esportivas. O objetivo de uma avaliação médica sistemática na população de atletas jovens é detectar alguma anormalidade silenciosa que possa progredir ou causar morte súbita, com ênfase ao aparelho cardiovascular. Em casos assintomáticos, sem fatores predisponentes nos antecedentes pessoais e familiares e sem alterações no exame físico não é necessária a solicitação de exames complementares. Quando alguma dessas situações está presente, eletrocardiograma, exames de imagem, teste de esforço, sorologias, entre outros, podem ser solicitados de acordo com as hipóteses diagnósticas estabelecidas.