Motivação Para a Prática de Futebol em Contextos Competitivos. Estudo com Futebolistas Juniores e Seniores a Partir dos Seus Perfis Motivacionais
Por Hugo Sarmento (Autor), Luís Catita (Autor), António Manuel Fonseca (Autor).
Resumo
O objectivo do presente estudo consistiu em analisar as crenças sobre a competência des-portiva e a autodeterminação em função dos diferentes perfis de orientação de futebolistas portugueses. A amostra foi constituída por 577 futebolistas, com idades compreendidas entre os 15 e os 39 anos (M= 21.71, dp=5.65), os quais preencheram as versões portuguesas do Task and Ego Orientation in Sport Questionnaire (TEOSQ) do Self-Regulation Questionnaire (SRQ) e do Questionnaire de Conceptions relatives à la Nature de l ́Habilité Sportive (QCNHS). A análise dos resultados sugeriu que os perfis mais vantajosos em termos motivacionais eram o que combinava elevada orientação para a tarefa e reduzida para o ego (i.e., ET/ RE) e o que apre-sentava elevada orientação para ambas (i.e., ET/ EE), uma vez que foram os que se revelaram mais autodeterminados no seu comportamento. Estes futebolistas também acreditavam mais que os dos restantes grupos que a sua competência para a prática do futebol resulta da apren-dizagem e poderá ser melhorável, o que é desejável, porquanto corresponde a uma percepção de maior controlo sobre o desenvolvimento da sua competência. Quanto ao grupo de futebolis-tas com orientação reduzida para a tarefa e elevada para o ego (i.e., RT/ EE), verificou-se que os valores correspondentes ao índice de autodeterminação e à crença de que a competência desportiva é estável eram significativamente mais reduzidos que os dos restantes grupos, o que poderá indiciá-lo como o grupo no qual existe mais risco de abandono da actividade.