Sobre
«A Motricidade Humana é o corpo animado; é a máquina autopoiética, consciente da sua indigência, em referência essencial ao Absoluto. A variedade e a multiplicidade das formas de movimento só podem entender-se na consciência que o Homem tem as suas limitações. Porque ele se sabe um ser incompleto, viver é, para ele, uma tarefa perenemente inconclusiva. Eu movimento-me porque, em mim, há um desejo único e fundamental de ser e ser melhor independentemente do ente em direcção ao qual eu me dirijo. Eu mesmo, para atingir a plenitude ontológica, preciso de movimentar-me, intencionalmente, na procura do ente (ou do Ser) que me completa. Na ergonomia, na reabilitação, na dança, no desporto há, acima do mais, um esforço em que o indivíduo pretende tomar-se pessoa. 0 Homem não recebe no berço a plenitude da sua perfeição. O indivíduo é o dom da Natureza, a pessoa é o resultado de um esforço intencional.»