Resumo

Essa pesquisa trata das atuais mudanças no mundo do trabalho, que ocorrem mediante a reestruturação produtiva e a reconfiguração do papel do Estado, lançadas como resposta do capital à crise pela qual o mesmo perpassou na década de 70 do século XX, bem como, suas mediações na Educação Física. Para tanto, iniciamos o estudo trazendo os conceitos de trabalho concreto e trabalho abstrato, demonstrando que este último é uma característica específica da sociedade capitalista. Analisamos que para se manter hegemônico o capital vai ampliando suas mediações, estendendo sua forma de organizar a vida para tudo e provocando com isso sérios problemas para a classe trabalhadora. A partir dessa análise, adentrarmos mais especificamente na Educação Física, onde observamos a relação que esta historicamente teve com o projeto pedagógico dominante no período do predomínio da organização do trabalho em sua estrutura taylorista/fordista. Também, analisamos as mudanças que vêm ocorrendo nas últimas décadas no trabalho e na formação profissional em Educação Física, sempre fazendo a relação com o contexto geral, no sentido de apreender a totalidade do processo. Para tanto, além dos dados já levantados em outras pesquisas, realizamos entrevistas com dez trabalhadores da área, com o objetivo de levantar mais dados sobre as relações de trabalho da Educação Física. Para finalizar, demonstramos o caráter de adaptação às necessidades do capital que a formação profissional da área vem promovendo e, apontamos para a Licenciatura Ampliada como alternativa de uma formação com base calcada na politecnia, denotando um viés crítico ao modo de produção capitalista e a necessidade de superação do mesmo. Nesse mesmo sentido, alertamos para a necessidade de avanços na organização de sindicatos classistas para a união da luta da classe trabalhadora.  

Acessar Arquivo