Mulher no Esporte: uma discussão do direito da igualdade de gênero
Por Luiz Roberto Pontes (Autor).
Resumo
Democratizar as práticas esportivas escolares eliminando o rótulo sexista, garantindo o direito de todos/as os/as alunos/as participarem e praticarem esportes escolares é uma das funções da escola, enquanto instituição social, eliminando preconceitos e valores equivocados da desigualdade de gênero. Cruz e Palmeira (2009, p. 116-117) mencionam que ainda que as escolas mistas tenham surgido em 1920 no Brasil, as desigualdades nas relações docente-discente são prevalentes nos dias atuais, onde meninos e meninas são cobrados diferentemente. Na Educação Física essa atitude é marcada pelas diferenças de desenvolvimento motor, de fisiologia e de compleição física entre os gêneros, excluindo, por vezes, meninas de práticas ditas masculinas, como no caso do futebol/futsal. Esse breve e recente panorama histórico gerou uma inquietação, que levou ao surgimento desse projeto de intervenção (corroborando com o P.P.P. da U.E., “Educação em Direitos Humanos”), com a proposição de reflexões, debates e práticas democráticas de diversas modalidades esportivas ou da cultura do movimento, com o fim de romper com paradigmas relacionados à hegemonia masculina nas manifestações motrizes no espaço escolar. OBJETIVOS: Estudar e discutir o processo histórico dado na participação das mulheres nos esportes da era moderna; Refletir sobre o papel da mulher dentro do contexto esportivo; Vivenciar práticas de esportes escolares, pelas meninas e em turmas mistas (meninos e meninas juntos); e Manifestar senso crítico contra toda forma de discriminação, preconceito e intolerância, quanto à prática esportiva escolar de meninas em turmas mistas ou não. MATERIAL E MÉTODO: Participaram do projeto de intervenção, discentes dos ciclos interdisciplinar e autoral da EMEFM Antônio Alves Verissimo, da DRE-PJ, localizada no bairro do Jaraguá. O projeto dividiu-se nas seguintes etapas: 1a ETAPA: Mapear os/as discentes com questões fechadas a respeito do conhecimento da temática, com o propósito de traçar um perfil dos/as mesmos/as; 2a ETAPA: Assistir e debater a temática do projeto através de vídeos; 3a ETAPA: Ler e debater fatos recentes envolvendo polêmicas quanto a prática e/ou envolvimento feminino no esporte; 4a ETAPA: Realizar práticas femininas de diversas modalidades esportivas, proporcionando a democratização esportiva escolar; 5a ETAPA: Montar um painel com fotos (álbum da Copa do Mundo Feminino FIFA 2019) e frases (jornalísticas e criadas pela comunidade escolar). RESULTADOS: Notou-se uma mudança no comportamento dos discentes, sendo que os garotos passaram a respeitar mais o direito das garotas em realizar práticas, que outrora eram masculinizantes, como o futebol/futsal, por exemplo.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Beatriz Campos de. Jogo de hoje: meninos x meninas. Quem ganha essa partida? Disponível em: . Acesso em: 21 abr. 2016. CRUZ, Marlon Messias Santana; PALMEIRA, Fernanda Caroline Cerqueira. Construção de identidade de gênero na Educação Física Escolar. Motriz. Rio Claro/SP, v. 15, n. 1, p. 116-131, jan./mar. 2009. SOUSA, Eustáquia Salvadora de; ALTMANN, Helena. Meninos e meninas: expectativas corporais e implicações na educação física escolar. Cadernos Cedes. Campinas/SP, ano XIX, nº 48, ago. 1999.