Mulheres, Cavalos, Vidas Cruzadas: Domadxs, Domesticadxs, Selvagens?
Por Miriam Adelman (Autor).
Parte de Gênero e Sexualidade no Esporte e na Educação Física . páginas 123
Resumo
Introdução
Quando, em 1970, a poeta Louise Bogan leu seu poema Women, publicado originalmente em 1923, para um público norte-americano, o introduziu aludindo a todas as mudanças na vida das mulheres que carac- terizaram esse intervalo histórico, dizendo que de fato havia “começado a gostar dos membros deste sexo um pouco mais” (BOGAN, s/d). Dado o conteúdo do poema, fica claro que a poeta se referia ao impacto dos novos caminhos e rotas que se abriram às mulheres ao longo do século XX e como estes forjaram novas atitudes e disposições a se engajar na vida. Dentre as fontes desta abertura foi o legado das mulheres ‘aventureiras’ que criaram sua própria liberdade em tempos menos propícios – mulheres que sim tinham dentro delas ‘a terra selvagem’ – como também o foi o ativismo político das feministas da “Segunda Onda”. Ambos movimentos, podemos dizer, incen- tivaram a transgressão de normas sociais modernas que haviam construído a feminilidade, como uma vez disse a escritora Susan Brownmiller, como uma ‘estética da limitação’. Evidentemente, as mudanças foram suficientes para alertar a poeta Bogan para atitudes e comportamentos que a alegraram.