Resumo

A Educação Física é rica para discussões de gênero, porém são poucos estudos que abordam especificamente relações de gênero, homossexualidade e preconceito nos esportes. Situações de preconceito, estereotipia, discriminação e desigualdade são evidentes ao comparar a prática masculina e feminina do futebol. Diante da relevância do conhecimento das diversidades presentes em práticas corporais e esportivas e inclusão da mulher nesse universo, esta pesquisa teve por objetivos: investigar percepções de preconceito e homossexualidade em jogadoras de futsal; verificar representações de gênero com as quais se identificam e como lidam com preconceitos e estereótipos; discutir preconceito relacionado à homossexualidade nesse esporte. As informações foram obtidas por questionário estruturado com 18 questões distribuído a atletas de alto rendimento, ex-atletas e mulheres que praticam futsal por lazer em Campo Grande/MS e São José dos Campos/SP. A dimensão da homossexualidade na modalidade foi surpreendente quando todas responderam conhecer lésbicas que praticam o esporte. O comportamento homofóbico de algumas foi chocante, entretanto prevaleceu a compreensão da maioria sobre a orientação sexual da lésbicas. As jogadoras têm consciência das relações de poder do futebol que as colocam como subversoras duma ordem natural e coadjuvantes da história da modalidade. O feminismo lutou anos pelo direito de falar da mulher, porém não conquistaram plenamente a igualdade e valor merecido. Esse mesmo movimento talvez devesse lutar hoje pela participação feminina ativa nos ambientes sociais, entre eles o esporte. No Brasil, onde futebol é identidade nacional, mulheres buscam ainda espaço maior, que acarretaria o respeito e amenizaria o preconceito.

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