Resumo

O intuito deste trabalho é apresentar como foram disseminados pela cidade de Uberlândia, nas décadas de 1980 e 1990, os movimentos Pró-Creches, tendo como eixo vinculado a inserção da mulher no mercado de trabalho e as transformações que isso ocasionou ao núcleo familiar, culminando na luta feminina pela existência da creche para seus filhos enquanto estava trabalhando fora do seu lar. Mulheres em Movimento: A luta por creche em Uberlândia está dividido em três capítulos, nos quais se procurou incorporar todas as questões pertinentes aos movimentos populares, bem como a luta da mulher por creche em Uberlândia nas referidas décadas. No primeiro capítulo, intitulado Uberlândia, Terra gentil que seduz, busquei apresentar como foi construído o imaginário de cidade modelo em Uberlândia, fazendo um breve histórico desde a década de 1970, estabelecendo um diálogo mais específico entre as décadas de 1980 e 1990, período que marcou politicamente a cidade. O segundo capítulo, A cidade em movimento, os movimentos na cidade, privilegiou a disseminação dos movimentos sociais na cidade, verificando a participação feminina à frente dessas mobilizações. Procurou-se, ainda, estabelecer as relações associativas das mulheres via comunidade. O último capítulo, Emergência de conflitos: Mulheres em Ação, tratou das transformações do núcleo familiar com a inserção da mulher no mercado de trabalho, bem como as relações que esta estabeleceu com os movimentos nos bairros. Buscou-se, ainda, apresentar a trajetória da creche comunitária até sua municipalização. Ao pensar a questão da creche, inicialmente, questionava-se como essas mulheres viam sua existência, se a concebiam como direito ou como doação do poder público. Observou-se, nas entrevistas realizadas, que elas perceberam a creche como uma conquista social, portanto, como direito mostrando que ao se organizar essas mulheres ocupam um papel político em seu bairro, inserindo-se em grupos associativos, algumas vezes, para poder legitimar sua luta, outras pelo simples fato de ser a única forma de socializar seus problemas em sua comunidade.

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