Resumo

Os esportes como outros fenômenos sociais são cheios de hierarquias, modalidades como golfe, hipismo e tênis são esportes elitizados enquanto as lutas, o futebol e o halterofilismo foram durante muito tempo, vistos como “populares”, respeitando os diferentes graus de popularidade, pois o futebol tem um lugar de destaque. Sobre alguns esportes recaiu certo preconceito. Quando falamos das mulheres praticantes de lutas, futebol e halterofilismo esse preconceito é muito maior. A construção da feminilidade esculpida na imagem da mulher submissa, frágil e passiva foi trabalhada pela instituição médica e jurídica com o apoio do discurso científico. O histórico das Olimpíadas é um bom exemplo para visualizarmos os entraves à participação feminina nos esportes. Quando Florence Griffith Joyner quebrou o recorde mundial nos 100m feminino, 10,49s, em 1988, muitos especialistas colocaram em dúvida os meios usados para isso, sugerindo uso de substâncias proibidas. Porém, no mesmo ano Carl Lewis, medalha de ouro, foi flagrado pelo Comitê Olímpico e somente em 2003 seu caso foi divulgado na imprensa internacional. Uma clara distinção entre os gêneros é feita e nessa diferença as mulheres levam a pior: falta de investimentos, falta de campeonatos e falta de patrocínios são alguns dos tópicos. Gianolla fala especificamente da desvalorização da musculação feminina, na qual o fitness foi criado numa tentativa de substituir a musculação feminina. As competições femininas de musculação, depois de um longo tempo de evolução, recebem um boicote: a IFBB divulgou que atletas de todas as categorias devem reduzir a sua massa muscular em 20% do estágio individual atual, com a desculpa de perda da feminilidade. Através de levantamento bibliográfico buscamos analisar as representações de corpo presentes nas matérias de divulgação dos campeonatos de fisiculturismo feminino utilizando as teorias feministas como fundamento na discussão da construção da corporeidade e da divisão binária do social.

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