Resumo

Este trabalho objetiva compreender a participação de mulheres na arbitragem do futsal no Nordeste brasileiro a partir das trajetórias de suas árbitras confederadas. Assim como entender o contexto sociocultural-político existente no universo do futsal nordestino quanto à arbitragem feminina; analisar a formação do quadro nacional de árbitras em 2003; refletir sobre a inserção, atuação e permanência das mulheres nesta atividade; e perceber as condições nas quais a identidade e a diferença são vivenciadas por elas e como tais condições são reguladas pelas relações sociais, culturais e institucionais. O estudo teve como aporte teórico-metodológico a História Cultural, a História Oral e os Estudos de Gênero. Como fontes foram privilegiadas, as entrevistas e documentos coletados nos acervos pessoais e da Confederação. A metodologia de análise dos dados teve como base a proposta por Sandra Pesavento, que remete à construção de um quebra-cabeça ou puzzle de peças. Foram realizadas 11 entrevistas com mulheres brasileiras e nordestinas, árbitras da Confederação Brasileira de Futebol de Salão – Futsal (CBFS) e/ou do quadro da Federação Internacional de Futebol Associação (FIFA), que atuaram em competições na Região Nordeste do território nacional, e duas entrevistas com Paraguassu Fisch de Figueiredo e Inês dos Santos por entendermos que foram pessoas essenciais à criação do quadro nacional de árbitras de futsal. As trajetórias aqui publicizadas são fruto de esforços e conquistas de mulheres competentes espalhadas por todo o Nordeste. Ser mulher, nordestina a ocupar um cargo de voz e comando é uma realização para elas, porém isso não impediu que enfrentassem muitas barreiras especialmente relacionadas aos preconceitos sociais.


 

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