Resumo

INTRODUÇÃO: Desde os primeiros Jogos Olímpicos na Grécia antiga, o esporte sempre foi uma atividade de domínio masculino, onde mulheres eram proibidas de frequentar arenas esportivas e também praticar. O idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Pierre de Coubertin afirmava que os esportes femininos eram contra as leis da natureza por ser uma prática de corpos musculosos e viris. As mulheres enfrentaram muitas barreiras para conquistarem seu lugar na sociedade, e principalmente no esporte. O que foi impedimento para as mulheres durante séculos, hoje é para as transexuais. Sendo a expressão de múltiplos graus de masculinidades e feminilidades de atletas gays, lésbicas e transexuais uma desconstrução do padrão heteronormativo e machista do esporte. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo avaliar o que pensam as atletas cisgênero e treinadores a respeito da inserção de mulheres transexuais no esporte em diferentes modalidades competindo em categorias femininas, sendo estas modalidades culturalmente conhecidas como práticas masculinas e femininas. METODOLOGIA: A pesquisa é do tipo descritiva com uma abordagem quali-quantitativa utilizando-se um questionário disponibilizado aos participantes de forma on-line. O método para análise das respostas foi a análise de conteúdo. O questionário foi composto de nove perguntas, entre abertas e fechadas sendo quatro de informações pessoais e cinco sobre o tema, aplicadas a 52 pessoas, sendo 12 treinadores (ambos os sexos) e 40 atletas (sexo feminino) de corridas, jiu-jitsu, ginástica artística, natação, futebol e voleibol. RESULTADOS: Como resultados encontramos um elevado número de atletas cisgênero que além de afirmarem aceitar a participação de atletas transexuais em categorias femininas, consideraram normal a participação. A maior parte dos participantes respondeu não possuir experiência com transexuais no esporte e verificamos que alguns discursos foram bastante replicados de forma incorreta, por utilizar termos e pronomes incorretos para tratar a identidade de gênero. CONCLUSÃO: Embora a maioria das atletas participantes da pesquisa considerarem normal e respeitarem a presença de mulheres trans nas equipes femininas, e quando ainda não concordam, acabam por acatar a decisão de federações e comitês. No mesmo caminho, os treinadores também se posicionaram da mesma forma que as atletas, e evidenciaram ser necessária a busca por estudos para embasar o treinamento para estas atletas. 

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