Multimorbidade de doenças crônicas: interação com o comportamento sedentário e o nível de atividade física em adultos das capitais do brasil
Por Marina Christofoletti dos Santos (Autor), Caroline Soares da Silva (Autor), Deborah Carvalho Malta (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT‘s) são as principais causas de mortalidade no mundo e seu agrupamento, conceituado como multimorbidade, agrava o estado de saúde e reduz a qualidade de vida. OBJETIVO: Identificar a interação do comportamento sedentário (CS) com o nível de atividade física no lazer (AFL) na ocorrência de multimorbidade de DCNT‘s em adultos das capitais do Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal anual realizado nas capitais do Brasil, intitulado Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL). Foram utilizados os dados coletados por entrevista telefônica com adultos de 18 a 59 anos com acesso à linha telefônica fixa, em 2013. A multimorbidade foi definida pelo autorrelato de ≥ 2 DCNT‘s (diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial e obesidade). A AFL foi determinada pelo autorrelato de atividades moderadas a vigorosas, e os sujeitos foram classificados como inativos (0 min/sem), insuficientemente ativos (1 - 149 min/sem) ou ativos (≥ 150 min/sem). O CS foi definido pelo autorrelato do tempo assistindo TV, dicotomizado em baixo (< 2h/dia) ou elevado (≥ 2h/dia). Na análise dos dados, foi utilizado o software Stata®, versão 13,0. Na estatística inferencial, empregou-se a regressão logística binária ajustada para variáveis sociodemográficas, expressa em razões de odds (RO). Os resultados foram apresentados pela comparação de prevalências e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), adotandose o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Nos 37.947 investigados, a prevalência de multimorbidade de DCNT´s foi de 13,7%. Aqueles ativos e com baixo CS apresentaram a menor prevalência de multimorbidade de DCNT‘s (8,5%, IC95%:7,5; 9,7), enquanto aqueles inativos e com elevado CS tiveram a maior prevalência (17,0%, IC95%: 15,6; 18,4). Após ajuste, quando comparadas as categorias de referência (sujeitos ativos e com baixo CS), as categorias com maiores ocorrências de multimorbidade foram: ativos com elevado CS (RO = 1,48, valor p < 0,001), insuficientemente ativos com elevado CS (RO = 1,80, valor p<0,001), inativos com baixo CS (RO = 1,36, valor p = 0,001) e inativos com elevado CS (RO = 1,66, valor p < 0,001). CONCLUSÃO: Independente do nível de AFL, o CS acarretou na maior ocorrência de multimorbidade de DCNT´s. Nesse sentido, estratégias de prevenção dessas doenças devem focalizar esforços tanto no estímulo de atividade física, quanto no combate ao CS.