Resumo

O uso de estratégias psicológicas com caráter motivacional ou sedativo como a música têm sido amplamente aplicadas ao longo da história do homem, porém, os mecanismos cerebrais, assim como suas áreas de influência e ativação não dão subsídios suficientes para o entendimento neurológico no ambiente esportivo. Variadas são as variáveis influenciadoras quanto à essa prática, e um modelo de interações deve em um futuro próximo modificar as decisões de atletas e praticantes de exercício físico quanto ao uso da música. Dessa forma, o presente estudo dividiu-se em quatro trabalhos completos na tentativa de explorar o assunto em questão com subsequente direcionamento para o ambiente cerebral, em especial o córtex pré-frontal, assim como testar o uso de tal estratégia em situações ecológicas e de alta probabilidade, sendo essa uma atividade de 5 km de corrida. Inicialmente a música provou ser capaz de influenciar atividades submáximas e máximas, assim como de contra-relógio, através de uma revisão narrativa investigando os efeitos desse componente externo sobre o desempenho ou variáveis psicofisiológicas, em seguida, os componentes musicais foram analisados dentro de um modelo de estilos musicais extremos (música clássica e techno), observando maior ativação no dorsolateral direito de homens, durante a música clássica comparada ao outro estilo, além disso, variáveis psicológicas e respostas sensoriais avaliadas pelo sistema nervoso autônomo apresentaram relativa sequência de resposta para o mesmo estilo musical no gênero masculino. O terceiro trabalho realiza maior especificidade, investigando músicas motivacionais e calmas sobre a ativação do córtex pré-frontal, e sua resposta apresenta similiraridade, porém nesse momento a música motivacional apresentou resultados mais expressivos na população masculina sobre a mesma área cerebral e o acompanhamento psicofisiológico ocorreu de maneira bastante próxima. Finalmente, o ultimo trabalho representa um modelo completo de interação musical no ambiente esportivo, testando diferentes tipos de música assim como seu momento de aplicação durante 5 km de corrida. Os resultados desse estudo demonstraram que as músicas selecionadas foram consideradas agradáveis e capazes de causar aumento da ativação percebida nos sujeitos, ainda, geraram maior ativação do córtex pré-frontal e grande probabilidade de aumentar o desempenho físico. Por fim, músicas calmas aplicadas após a prática demonstraram um maior tônus vagal, o que indica uma melhora na recuperação dos sujeitos após a prática.

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