Editora Barabô. Brasil 2017. 132 páginas.

Sobre

 "Nagé, o homem que lutou capoeira até morrer", um dos últimos livros escritos pelo pesquisador Frede Abreu, que morreu em 2013 e é considerado um dos grandes estudiosos da capoeira no mundo.

Muitos valentões que ajudaram a construir e moldar o legado da arte-luta dos negros no Brasil foram esquecidos, apagados da memória da capoeira por questões políticas e sociais. Nagé foi um deles. Apesar de eternizado pelas lentes do cineasta Alexandre Robatto e ressaltado também por intelectuais como o escritor Jorge Amado ("Nagé foi um assombro de valentia"), e pelo crítico de arte Wilson da Rocha ("Nagé foi um herói popular"), permanece invisível.

Nagé, de propósito ou sem querer, entrou no rol dos malditos da capoeira. Logo desta arte, que, pelo menos no passado, foi “celeiro de arruaceiros", escreveu Frede Abreu, acrescentando: "Não se pode apagar da memória da capoeira a presença dessa brava gente desordeira. Uma história de resistência dos oprimidos". O autor ainda nos alerta: “Pelo que sei, não há nenhuma pesquisa ou “missão cultural” em andamento, nem ações governamentais na área da cultura, em perspectiva, para identificar esses personagens importantíssimos para a capoeira.