Resumo

As quartas de final foram o fim da linha para o handebol brasileiro na Olimpíada do Rio de Janeiro. Mas as eliminações no feminino, diante da Holanda, e do masculino, no confronto contra a França, tiveram sentimentos diferentes.

Falei no início da competição que a diferença entre as equipes no feminino era muito pequena, com oito equipes brigando em pé de igualdade pela medalha. O Brasil era um destes times e era possível – até mesmo provável – ter ido um pouco mais longe.

Mas o que me deixa triste e preocupado foi a forma como a eliminação aconteceu. Não soubemos aprender com erros cometidos e sofremos eliminações parecidas nas últimas duas Olimpíadas – assim como no último Mundial, quando as então campeãs também caíram nas quartas.

A confederação manteve acertadamente a comissão técnica, fez altos investimentos mantendo atletas jogando juntas na Europa. Por que perdemos? Porque não soubemos manter os pés no chão.

O masculino, após não se classificar para Londres-2012, também contou com um bom trabalho realizado pelo técnico espanhol Jordi, que veio morar no país e realizou diversos acampamentos técnicos com categorias de base, sempre com a presença de professores e treinadores brasileiros.

A eliminação nas quartas de final veio diante da França, atual bicampeão olímpico e campeã mundial, em um jogo extremamente parelho. Se não deu para passar para a próxima fase, ficou o legado para nossos técnicos. Espero que o treinador seja mantido para o próximo ciclo.

Por último, é importante afirmar que é necessário que a confederação volte mais atenções ao handebol interno, e não apenas para as seleções principais. Durante o último ciclo, pouco foi feito para melhorar as condições do que é praticado aqui no Brasil.

Para que o esporte continue crescendo e se mantenha entre os melhores do mundo, é necessário mais investimento e campeonatos mais efetivos para nossos atletas. Que a CBHd olhe isso com muito carinho.

* Alberto Rigolo foi técnico da seleção brasileira masculina de handebol nas Olimpíada de Atlanta-1996 e Atenas-2004, além de conquistar oito títulos nacionais à frente da Metodista. O ex-treinador é um dos comentaristas do Placar UOL Olimpíada.

FONTE: http://olimpiadas.uol.com.br/colunas/opiniao-dos-especialistas/2016/08/17/nao-basta-so-investir-na-selecao-e-preciso-olhar-para-handebol-interno.htm