Não é o Futebol, São os Tanques: Militarização da Seleção Brasileira de Futebol nas Copas do Mundo (1970- 1982)
Por Miguel Enrique Stédile (Autor).
Resumo
A aplicação pela Ditadura civil-militar dos princípios e diretrizes da Doutrina de Segurança Nacional na gestão, organização e prática do futebol nas Copas do Mundo disputadas entre 1974 e 1982 são objeto deste trabalho. Através da análise da cobertura dos diários Folha de São Paulo e Jornal do Brasil e dos semanários Veja e Placar, procura-se demonstrar como a aplicação desses princípios resultou em uma militarização deste esporte em sua gestão institucional, financeira; na composição das comissões técnicas e na negação do status de cidadania ao jogador de futebol. A operacionalização desses princípios tanto poderia ser executada pela sociedade política, o Estado, quanto pela sociedade civil, através dos aparelhos privados de Hegemonia, como a Confederação Brasileira de Desportos (CBD)