Natação

Por Júlio de Lamare (Autor).

Parte de XIX Olimpíada Mexico/68. Aspectos Técnicos Evolutivos. . páginas 137 - 144

Resumo

Creio que o melhor modo de analisar o que apresentou de mais importante a Natação nos Jogos Olímpicos do México, seja dividir esse trabalho em quatro tópicos distintos: 1) Influência da Altitude; 2) Técnica Individual; 3) Treinamento; 4) Mentalidade. Assim fazendo, acredito que estarei enfocando exatamente os pontos que mais podem interessar àqueles que estudam e se preocupam com o que há por trás dos simples resultados que os meios de comunicação tão bem exploram e dão a conhecer.

1 — ALTITUDE

Não há dúvida de que a natação nos Jogos de 1968 se constituiu, tècnimente, num esporte marcado fortemente pela influência da altitude sobre a performance dos concorrentes. E como essa influência tem caráter puramente pessoal, para ela jamais podendo ser determinado um padrão, não se pode fixar uma norma geral para explicar a que representaram os 2.300 metros da Capital Mexicana sobre os tempos alcançados pelos maiores nadadores do mundo.

A grosso modo, no entanto, pode-se afirmar que em todas as provas onde o esforço do nadador não chegava a um minuto, seus melhores tempos puderam ser repetidos ou mesmo melhorados; por outro lado, quando os nadadores se empregavam por mais de um minuto, seus tempos caíam sensivelmente.

No setor masculino, por exemplo, nas provas mais rápidas' os recordes mundiais ou foram batidos — Wenden (Austrália), com 52,2s nos lOOm livre, contra antigos 52,6s, e Matthes (Alemanha Oriental), com 58,0s nos lOOm de costas, na abertura do relay de 4 x lOOm 4 nados, contra 58,4s — ou foram arranhados, como sucedeu com Russel (55,9s nos lOOm de borboleta, contra 55,6s de Spitz). Nas demais provas, contudo, quanto maiores as distâncias piores os tempos com relação aos recordes mundiais. Pode-se, inclusive, acompanhar o percentual de queda dos tempos pelo quadro abaixo, que mostra a decisiva influência da altitude sobre cada percurso adicional de 100 metros: 

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