Resumo

~~Falar em Natação para Bebês, sem se reportar ao trabalho da Professora de Educação Física DENISE MARTINS DE ARAÚJO (Reg. CREF5 000080-G/MA) - da Academia ‘VIVA ÁGUA’, de São Luís do Maranhão -, é desconhecer a história dessa modalidade no Brasil. Denise é dos pioneiros!

Integra

~~ Falar em Natação para Bebês, sem se reportar ao trabalho da Professora de Educação Física DENISE MARTINS DE ARAÚJO (Reg. CREF5 000080-G/MA) - da Academia ‘VIVA ÁGUA’, de São Luís do Maranhão -, é desconhecer a história dessa modalidade no Brasil. Denise é dos pioneiros!
  Começou a trabalhar com Natação aos 12 anos de idade, acompanhando seu pai, Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo – o Prof. Dimas -, também pioneiro da Educação Física maranhense.
Naquela época, Dimas reiniciou suas atividades na sua São Luís. Dava aulas de Natação naquelas casas em que havia piscina. Denise o acompanhava e com o passar do tempo passa a assumir as aulas com os alunos de menor idade.
 Daí, a seguir a carreira do pai – uma tradição familiar, pois quatro de seus irmãos militam na Educação Física – foi um caminho natural, até sua graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Maranhão.
 Desde os tempos de adolescente, a agora jovem empresária vem trabalhando com bebês e desenvolvendo seu método de ensino de natação – o “Método Viva Água”.
 Em 1983, abriu a sua “Escola de Natação Viva Água’, a primeira do Maranhão e pioneira no Brasil a se dedicar à Natação para Bebês.
 Em 1994, organizou um ‘workshop’ “Criança e Natação”, e trouxe à São Luís uma das maiores autoridades mundiais, o Prof. Dr. Stephen Langendorfer. Ao final da semana de estudos, o Dr. Langendorfer recusou-se a receber o pró-labore acertado, alegando que aprendera muito mais do que viera ensinar...
 Como conseqüência, a Profa. Denise foi convidada aproferir palestra durante o “International Infant Aquatic EducationConference”, realizado na Austrália em 1995, por indicação do Dr. Langendorfer. Foi então que se começou a sistematização de seu método de ensino da Natação para Bebês. Até então, vinha desenvolvendo-o de forma empírica, baseada em sua experiência e experimentações.
 Em 1997, em Oaxaca – México, durante o ‘Word Aquatic Babies Congress’, habilitou-se junto à ‘National Swim School Association’ como professora de natação para bebês. Essa associação americana é credenciada para qualificar os professores da área em todo o mundo.
 Presidente na União Nacional das Escolas de Natação – UNEN – pela segunda vez, é requisitada em todos os seus encontros anuais a proferir palestras não só sobre Natação para Bebês, mas sobre os mais variados temas sobre natação, especialmente administração e eventos utilizando-se do meio aquático.
 Este ano, a Profa.Denise assumiu a Presidência da Seccional do Maranhão do CREF 5ª. Região, que abrange os estados do Ceará, Piauí e Maranhão.

“Método Viva Água” de Ensino de Natação para Bebês (TEXTO 1)
A Profa. Denise, junto com o também Professor de Educação Física Oswaldo Telles de Sousa Neto, com uma proposta de aproximar o homem de sua origem, criaram a ESCOLA DE NATAÇÃO VIVA ÁGUA. Nesses 25 anos de atuação, mais de 15.000 alunos de 0 a 80 anos viveram com os mesmos festas, competições e títulos com muita alegria. Como resultado desse trabalho, e após anos de estudo e pesquisas na área de natação para crianças, desenvolveram um método próprio de ensino de natação - o Método Viva Água.
Esse método de ensino concebe a aprendizagem na água e pela água, distinguindo-se dos demais pelo seu caráter evolutivo. Baseando-se em dados científicos, leva em conta o estado de adiantamento das ciências humanas e das ciências físicas e seu nível de assimilação pelos educadores.
Por ter feito da natação um objeto de estudo, evoca a especificidade da natação, demarcando-a com certas fronteiras; ultrapassando as aparências para evidenciar a sua estrutura e acompanhar sua evolução histórica. A natação só será verdadeiramente uma atividade humana a serviço do homem quando a sua pedagogia se libertar da rotina e se comprometer ativamente com a atitude experimental, daí nossa missão institucional: “educar através do meio aquático”.
Para nós, da Viva Água, saber nadar é ter resolvido, no meio aquático, em cada eventualidade, qualitativa e quantitativamente o triplo problema, equilíbrio, respiração, e propulsão, componentes básicas inerentes ao ato de nadar, e cujo domínio é necessário para garantir um comportamento ajustado na água.
Todavia, para se alcançar estes objetivos são necessários efetuar ajustamentos sucessivos que se realizam através e na presença das seguintes condições: freqüentar com assiduidade o meio aquático e PRATICAR NATAÇÃO, isto é, ter o gosto e a possibilidade, ou ainda a obrigação de expressar-se no elemento líquido, dentro de certa periodicidade, tomando consciência das próprias limitações e capacidade de progresso, propondo-se um ou mais objetivos, e escolhendo a maneira de executá-los.
Nossa proposta vem sendo estudada há mais de 25 anos e fundamenta-se no crescimento e desenvolvimento da criança. Para uma aprendizagem bem estruturada em natação, enfatizamos três pontos básicos na realização das atividades aquáticas:
• Afeto e contato - fatores primários no desenvolvimento do organismo e da saúde. Eles levam à aquisição de maior segurança e confiança, promovendo uma situação favorável ao crescimento e desenvolvimento
• Brincadeiras e jogos - responsáveis pelo desenvolvimento nos processos de criatividade e socialização
• Estímulos aquáticos - um ambiente que permita à criança explorar e descobrir todas as potencialidades de movimento que as atividades aquáticas podem lhe oferecer e permita o aflorar do desenvolvimento natural
O que preocupa as crianças:
• NOVO AMBIENTE FÍSICO E HUMANO – vestiário (ter conforto para despir e vestir); recinto (fechado, úmido, ruidoso); a água (temperatura, extensão, clareza); as pessoas (outras crianças, outros adultos); DESCONHECIDO; insegurança transmitida pelo ambiente ou pelo acompanhante que pode projetar na criança a sua própria insegurança. (SARMENTO & MONTENEGRO, 1992, p. 36).
• FACILITAR A SEGURANÇA É: respeitar o ritmo da criança; as crianças não têm todas a mesma evolução e, por isso, há que aceitar os avanços e recuos no processo adaptativo; evitar as situações inesperadas; evitar a sobrecarga de estímulos (barulho, confusão); evitar exigir demais da criança; motivar atos lúdicos de prazer e não utilizar a ‘chantagem afetiva’. (SARMENTO & MONTENEGRO, 1992,  p. 40)
• AUTONOMIA ““... Implica que a criança consiga deslocar-se no meio aquático com ‘à vontade’ suficiente para não se afogar. Para isso há que desenvolver o conhecimento da água à superfície em profundidade, o que inclui necessariamente a realização de algumas tarefas (SARMENTO & MONTENEGRO, 1992, p. 27).

AJUDAR A CRIANÇA A SER AUTÔNOMA É: NÃO TER PRESSA em que ela adquira técnica e domine a água; NÃO PREGAR PARTIDAS INESPERADAS, de modo a que a criança não perca a confiança na segurança que os pais lhe oferecem; NÃO QUERER QUE A CRIANÇA SE SEPARE da mãe/pai rapidamente. Pode atrasar mais a autonomia, forçando uma separação (embora, neste caso, a criança continue a visualizar a mãe/pai); NÃO DRAMATIZAR AS SITUAÇÕES que eventualmente possam acontecer (beber água, engasgar-se, ter água nos olhos, nos ouvidos...) e devolver a segurança à criança, através da calma, dos carinhos e do riso; DEIXAR A CRIANÇA CONDUZIR a sua ação através das brincadeiras e do prazer que a água proporciona (SARMENTO & MONTENEGRO, 1992, p. 46)

NÍVEIS DE APRENDIZAGEM E SEUS OBJETIVOS
NÍVEL ADAPTAÇÃO BÁSICA FORMAÇÃO TÉCNICA APLICAÇÃO


I
INICIANTE - Adquirir segurança e confiança no meio aquático
- Executar a submersão, saltos e deslocamentos, com controle visual, fazendo uso de materiais
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades  

I
 ADAPTADO - Demonstrar independência no meio aquático, distinguindo as fases da respiração
- Executar flutuação
- Executar deslocamentos, saltos, giros e rolamentos
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades 

I
AVANÇADO - Executar deslocamentos em posições e direções diversificadas
- Desenvolver o equilíbrio
- Executar  flutuação com mudanças de decúbito
- Executar cambalhotas e saltos na horizontal
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades - Consolidação e desenvolvimento das aquisições anteriores
- Aprendizagem de “crawl” rústico e pernadas de costas 

II
 - Adquirir habilidades de equilíbrio, flutuação e deslocamentos, em diferentes situações
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades - Nadar o estilo crawl com respiração bilateral
- Executar a pernada de costas com braços no prolongamento do corpo 

III - Deslocar-se em diferentes situações, com e sem vestimentas, realizando saltos na posição aerodinâmica com hiperextensão do corpo
- Executar as pernadas dos quatro estilos
 - Consolidação e desenvolvimento das aquisições anteriores;
- Nadar crawl e costas, com saídas e viradas
- Vivências de situações de aplicação com 

Caráter desportivo e utilitário


IV
  - Nadar os quatro estilos, com saídas e viradas
- Conhecer e identificar as regras oficiais da natação
- Conhecer e aplicar as técnicas de salvamento - Adaptação das técnicas às características de cada situação
- Adaptação significativa do organismo ao esforço
- Treino de Base


V  - Conhecer e identificar as regras oficiais da natação
- Conhecer e aplicar as técnicas de salvamento - Treino de Alto Rendimento
- Especialização na Técnica e na distância
  
 
TEXTO ALTERNATIVO PARA O METODO VIVA AGUA
 Nossa proposta vem sendo estudada há cerca de 25 anos e fundamenta-se no crescimento e desenvolvimento da criança. Para uma aprendizagem bem estruturada em natação, enfatizamos três pontos básicos na realização das atividades aquáticas:
• Afeto e contato - fatores primários no desenvolvimento do organismo e da saúde. Eles levam à aquisição de maior segurança e confiança, promovendo uma situação favorável ao crescimento e desenvolvimento
• Brincadeiras e jogos - responsáveis pelo desenvolvimento nos processos de criatividade e socialização
• Estímulos aquáticos - um ambiente que permita à criança explorar e descobrir todas as potencialidades de movimento que as atividades aquáticas podem lhe oferecer e permita o aflorar do desenvolvimento natural
Para nós, da Viva Água, saber nadar é ter resolvido, no meio aquático, em cada eventualidade, qualitativa e quantitativamente o triplo problema, equilíbrio, respiração, e propulsão, componentes básicas inerentes ao ato de nadar,
1. O equilíbrio – quando se entra na água a força de impulsão impede o apoio no fundo com a mesma estabilidade que em terra. As perturbações de equilíbrio provocadas por essa força e a natureza dos apoios necessários para as ações propulsivas, determinam que a deslocação tenha de ser efetuada em decúbito ventral ou dorsal, ou seja, segundo um equilíbrio horizontal. Este equilíbrio acarreta várias implicações, a primeira das quais e porventura mais significativa, diz respeito à necessidade de imergir a cabeça, o que direciona e limita a função respiratória (p. 22).
2. A respiração – A respiração perde, assim, o seu caráter automático para ter um caráter voluntário. A expiração é feita na água, sendo necessário vencer a pressão desta. Contudo, inicialmente, não é a pressão que inibe o executante, mas sim a presença dos naturais reflexos de defesa. Uma vez controlados esses reflexos de defesa, e na presença de movimentos propulsivos, a respiração passa a ser condicionada por eles, pois não é possível respirar em qualquer momento. Mas será importante exigir o controle da respiração com a expiração na água? (...) De todos os ajustamentos necessários para garantir uma conveniente adaptação à água, a respiração é de todos o que assume maior importância. Pode-se nadar depressa, ou devagar, com boa ou má técnica, mas o ‘à vontade’ que se revela na água está mais diretamente relacionado com o domínio do controle respiratório (p. 22-23).
3. A propulsão – A propulsão assenta nas técnicas desportivas “livres”, “costas”, “peito”, e mariposa. Mas será importante a aprendizagem destas técnicas, mesmo para aqueles que não têm a pretensão de vir a entrar em competições? Poderemos afirmar que existe uma natação cujos objetivos justifiquem uma opção diferente? Estas técnicas provam-o as experiências, são as melhores bases para desenvolver uma deslocação eficaz em economia de esforço, sendo, por outro lado, moldáveis e ajustáveis em vista o desempenho de tarefas específicas como o salvamento ou outras (p. 23).
Todavia, para se alcançar estes objetivos são necessários efetuar ajustamentos sucessivos que se realizam através e na presença das seguintes condições: freqüentar com assiduidade o meio aquático e PRATICAR NATAÇÃO, isto é, ter o gosto e a possibilidade, ou ainda a obrigação de expressar-se no elemento líquido, dentro de certa periodicidade, tomando consciência  das próprias limitações e capacidade de progresso, propondo-se um ou mais objetivos, e escolhendo a maneira de executá-los.
O resultado de uma pesquisa bibliográfica em que se verificaram como diferentes autores avaliam “saber nadar” constatou-se que o conceito não aparece explícito, mas parece estar implícito na proposta que cada autor faz para o final da primeira fase de formação, por alguns designada “aprendizagem”, como forma de distingui-la da fase de aprimoramento da condição física, técnica, tática e psicológica tendo em vista a competição. Encontraram-se dois grupos distintos:
1. Cumprir uma distância em determinada(s) técnica(s). Neste grupo alguns autores propõem diferentes distâncias e técnicas de acordo com a idade dos alunos.
2. Executar um conjunto de habilidades aquáticas sem discriminar qualquer distância.

GRAU DE ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO
GAMA CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
0 - não tem controlo sobre os reflexos de defesa;
- não Domina o equilíbrio horizontal INADAPTADO

I - expira na água com face mergulhada, revelando à vontade e controlando os reflexos de defesa;
- Domina o equilíbrio ventral e dorsal com apoio do movimento de pernas;
- Desloca-se sem controlo respiratório;
- Salta da berma por mergulho 
ADAPTAÇÃO
NÃO
SUFICIENTE

II - * nada 25 m em técnica ventral;
- * nada 12m-15m em costas;
- recupera um objecto do fundo, à uma profundidade superior à sua altura;
- salta para a água de plataforma superior à sua altura (de pés);
- efectua uma cambalhota recuperando a posição inicial 

ADAPTAÇÃO
FÍSICA

III - * nada 100m crawl;
- * nada 50m costas;
- * nada 25m bruços;
- nada 10m-12m em imersão;
- salta para a água de plataforma superior à sua altura (de cabeça);
- Domina o reboque elementar de um naufrágio 

ADAPTAÇÃO
SUFICIENTE

IV - * nada 200m crawl;
- * nada 100m costas;
- *nada 50m bruços;
- nada 100m “estilos”;
- Domina as viragens 
ADAPTAÇÃO
BOA
        seqüência  metodológica adaptada CANTARINO DE CARVALHO, 1994, p. 26

A VIVA AGUA, por dois anos, manteve sob contrato um técnico cubano – Pedro Herrera – para formatação ao nosso trabalho de iniciação esportiva aos nossos alunos. Pedro deixou-nos vários trabalhos escritos sobre a iniciação de natação competitiva para crianças. O que percebemos, foi que havia muita semelhança entre os métodos de trabalho desenvolvidos em Cuba e aquele que vínhamos desenvolvendo na Viva Água.
Na Viva Água, trabalhamos com os seguintes níveis de aprendizagem:

NÍVEIS DE APRENDIZAGEM E SEUS OBJETIVOS
NÍVEL ADAPTAÇÃO BÁSICA FORMAÇÃO TÉCNICA APLICAÇÃO


I
INICIANTE - Adquirir segurança e confiança no meio aquático
- Executar a submersão, saltos e deslocamentos, com controle visual, fazendo uso de materiais
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades  

I
 ADAPTADO - Demonstrar independência no meio aquático, distinguindo as fases da respiração
- Executar flutuação
- Executar deslocamentos, saltos, giros e rolamentos
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades 

I
AVANÇADO - Executar deslocamentos em posições e direções diversificadas
- Desenvolver o equilíbrio
- Executar  flutuação com mudanças de decúbito
- Executar cambalhotas e saltos na horizontal
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades - Consolidação e desenvolvimento das aquisições anteriores
- Aprendizagem de “crawl” rústico e pernadas de costas 

II
 - Adquirir habilidades de equilíbrio, flutuação e deslocamentos, em diferentes situações
- Apresentar bem estar e satisfação no desenvolvimento das atividades - Nadar o estilo crawl com respiração bilateral
- Executar a pernada de costas com braços no prolongamento do corpo 

III - Deslocar-se em diferentes situações, com e sem vestimentas, realizando saltos na posição aerodinâmica com hiperextensão do corpo
- Executar as pernadas dos quatro estilos
 - Consolidação e desenvolvimento das aquisições anteriores;
- Nadar crawl e costas, com saídas e viradas
- Vivências de situações de aplicação com 

Caráter desportivo e utilitário


IV
  - Nadar os quatro estilos, com saídas e viradas
- Conhecer e identificar as regras oficiais da natação
- Conhecer e aplicar as técnicas de salvamento - Adaptação das técnicas às características de cada situação
- Adaptação significativa do organismo ao esforço
- Treino de Base


V  - Conhecer e identificar as regras oficiais da natação
- Conhecer e aplicar as técnicas de salvamento - Treino de Alto Rendimento
- Especialização na Técnica e na distância