Resumo

São crescentes no cenário cosmopolita as possibilidades de atividades místicas, composições esotéricas, cultos à natureza e práticas corporais não institucionais. Este conjunto de ações simbólicas determina formas de existir e transformações da realidade de nossas sociedades. O presente estudo considera a influência direta da comunicação de massa na construção cultural e manutenção social destas práticas. Propor uma análise crítica da construção mitológica da aventura e da natureza por parte da mídia, decifrar esta fala, implica reconhecer no mito antes um conjunto de valores que pode revelar formas de compreender a sociedade que o produz e depois uma maneira de se proferir uma mensagem, muitas vezes mercadológica. A aventura como trajetória, expedição, perde hoje seu valor original, mas esportivizada ou identificada em mercadorias, alimenta o mito, conserva vida esvaziada, empobrecida. E a desmistificação é com certeza um caminho para a emancipação contemporânea face à corrida da informação e do consumo.

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