Integra

Como já ponderei neste espaço de debates muitas vezes, nenhum candidato à Presidência aborda o tema do rombo causado pelos megaeventos. Do PT ao PSOL, passando pelos partidos e candidatos de direita e centro-direita, todos se calam.

Não vou me alongar como em outras vezes, mas entre Copa do Mundo e Olimpíadas o país teve um gasto desnecessário de 30 bilhões de reais e, com custeio e manutenção, 200 milhões de reais ao ano.

A Copa do Mundo deixou um saldo de elitização dos estádios do futebol e de, pelo menos, 7 elefantes brancos. As Olimpíadas deixaram um rombo nas finanças da cidade do Rio de Janeiro de 4,5 bilhões de reais. Foi o legado de Eduardo Paes.

Não podia pretender que o PT e Haddad falassem qualquer coisa, pois a iniciativa foi do Partido dos Trabalhadores. Trouxeram para o pedestal do esporte corruptos notórios e condenados como João Havelange (já falecido), Ricardo Teixeira e José Maria Marin, este último aquele mesmo deputado estadual pela Arena que instigou com denúncias abjetas a polícia do Exército paulista a prender Wladimir Herzog. Wlado foi preso e

assassinado.

Mas lembro bem que, quando Marcelo Freixo foi candidato à Prefeitura, cansei de cobrar um posicionamento seu. Foi em vão. Acho que teve receio de perder votos na Zona Oeste. Cobrei isto num debate do próprio PSOL na Câmara dos Vereadores, do qual participei como palestrante.

Não vi ninguém defendendo que uma política de esportes deve ser prioritariamente uma política pública de educação, voltada ao denominado esporte social.

Agora me deparo com o mutismo da campanha de Ciro Gomes, mais um que não viu importância em abordar o tema.

Nem por isso deixo de votar no Ciro, mas tem pisado na bola neste assunto

(25.9.2018)