Neuroadaptação: Uma Proposta Alternativa de Atividade Física Para Usuários de Drogas em Recuperação
Por Sionaldo Eduardo Ferreira (Autor), Sérgio Tufik (Autor), Marco Tulio de Mello (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 9, n 1, 2001. Da página 31 a 39
Resumo
Estudos demonstram que o consumo de drogas psicotrópicas pela população em geral aumentou nos últimos anos. O presente trabalho busca a relação entre as alterações na neurotransmissão com a drogadição e sua possível minimização pelo desenvolvimento de um programa de atividade física, prescrito conforme o tipo de usuário. Para tanto, realizou-se uma Revisão Bibliográfica sobre drogas psicotrópicas, atividade física (AF) e temas relacionados. Diversos estudos comprovam que o consumo de cocaína, benzodiazepínicos e maconha, resulta em alterações nas principais vias nervosas, especialmente aquelas mediadas por Catecolaminas, Serotonina, GABA e Acetilcolina; em áreas cerebrais como: córtex, hipocampo, mesencéfalo, cerebelo, tronco cerebral, medula e nervos periféricos (1,8,14). Voltado à influência da AF no Sistema Nervoso, outros estudos observaram que o aumento da exigência metabólica resulta na adaptação de diversas vias nervosas, destacando como os principais resultados uma menor taxa basal de catecolaminas, a normalização dos níveis de Noradrenalina e Dopamina nas áreas da atenção, memória e controle motor, aumento dos níveis de Serotonina nas áreas do humor e diminuição nas áreas do controle motor, e aumento de síntese e liberação de endorfinas (9,17,18). Conclui-se então, que Programas de Avaliação e Prescrição de atividade física para usuários de drogas em recuperação, devem observar as adaptações nervosas, afim de beneficiar os indivíduos de resultados como: diminuição do estresse fisiológico e psicológico, melhora da eficiência motora, diminuição da fadiga central e sensação de prazer após o exercício, além dos benefícios sócio-fisiológicos já conhecidos. Palavras-chave: Drogadição, atividade física, neurotransmissão.