Resumo

1 INTRODUÇÃO 

Existe uma noção, cada vez maior, que o desempenho esportivo de atletas e de praticantes comuns não dependem apenas de aspectos técnicos, táticos e físicos, mas também, dependem de aspectos psicológicos da pessoa que o pratica, da técnica usada, ou do esporte em sim.
Estes aspectos psicológicos influenciam diretamente na execução da técnica e da tática treinada durante a prática da modalidade.
A psicologia do esporte estuda e analisa diretamente estes aspectos e como estes influenciam a prática esportiva. Um fator muito importante nesse contexto esportivo é a ansiedade pré-competitiva e sua influência no desempenho esportivo durante um jogo ou competição.
O objetivo desse estudo foi analisar o nível de influência que diferentes tipos de ansiedade trazem a jogadoras de futsal em situações pré-competitivas, levando em consideração aspectos como: tempo de prática do futsal e experiência na determinada competição onde elas foram avaliadas.

2 METODOLOGIA
A amostra foi composta por doze jogadoras de futsal, do sexo feminino. Todas As participantes eram membros da equipe de futsal da cidade de Lavras (MG) e participaram da Copa Líder realizada na cidade de Alfenas (MG).
Foi aplicado em cada um dos participantes, antes de cada partida da Copa Líder, um inventário sobre ansiedade-estado pré-competitiva, abrangendo três variáveis: ansiedade somática, ansiedade cognitiva e autoconfiança. O instrumento escolhido foi a tradução e adaptação validada em português do inventário CSAI-2 (Competitive State 

Anxiety Inventory-2), elaborado por Martens et al. traduzido e validado por Raposo em 2004 (REIS 2014, p. 70).
A análise dos dados foi constituída por Estatística Descritiva (média, desvio padrão e coeficiente de variação), e o delineamento foi inteiramente ao acaso (DIC). Foram utilizados também a Tabela Distribuição F de Fisher-Snedecor e o Teste de Tukey. O nível de significância adotado no presente estudo foi de p <0.05 (5%). O pacote de dados utilizado para análise foi o software gratuito de análise estatística Sisvar, versão 5.6.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Os participantes foram divididos em dois grupos, com seis integrantes cada. O grupo 1 obteve média de ansiedade cognitiva maior que o Grupo 2, podendo afirmar que pessoas com menor tempo de experiência no esporte são mais afetadas pela ansiedade cognitiva. O resultado vai ao encontro com os resultados de Gomes et al. (2010 p. 65) e Reis (2014 p. 70), que também encontraram níveis de ansiedade cognitiva mais altos em atletas de futsal amadores, se comparados com atletas experientes.
Grupo 1 e o Grupo 2 tiveram a mesma média estatística, ou seja, os níveis de ansiedade somática não se alteraram em relação a experiência. Assim, nesse caso em específico, a experiência dos participantes na modalidade não influenciou de forma estatística os níveis de ansiedade pré-competitiva somática. 
Porém, apesar de não ter sido encontrada diferença estatística, foi encontrada uma certa diferença entre os resultados encontrados de ansiedade somática, se compararmos o Grupo 1 com o Grupo 2. Sendo que, o maior resultado foi atribuído ao Grupo 1, com os participantes menos experientes. Lavoura et al. (2005) e Reis (2014 p. 70) encontraram em seus estudos que, a ansiedade somática foi mais baixa nos atletas com mais experiência no esporte.
Os resultados divergiram do esperado, o Grupo 1 e o Grupo 2 tiveram a mesma média estatística, ou seja, os níveis de autoconfiança não se alteraram em relação ao tempo de experiência de cada participante. Portanto, nesse caso em específico, o tempo de experiência na modalidade futsal não influenciou os níveis de autoconfiança pré-competitiva. 
Porém, apesar de não ter sido encontrada diferença estatística, foi encontrada uma pequena diferença entre os resultados de autoconfiança, se compararmos o Grupo 1 com o Grupo 2. Sendo que, o maior resultado foi atribuído ao Grupo 2, com os participantes mais experientes. Carvalho (2005 p. 80).
Desta vez dividiu-se em grupos de acordo com a experiência na competição. Grupo 1: Zero vezes (com dois participantes); Grupo 2: Uma vez (com cinco participantes); Grupo 3: Duas vezes (com quatro participantes); Grupo 4: Três vezes (com um participante).
Em relação a ansiedade cognitiva, atletas com mais experiência na competição tiveram interferência nos resultados, notando que a participação em outras edições do campeonato influenciou no resultado.
No aspecto de ansiedade somática podemos notar que o tempo de experiência também influenciou nos resultados. Grupo 3 e 4 tiveram resultados diferentes do grupo 1 e 2.

No quesito autoconfiança, obtemos o mesmo resultado. Atletas mais experientes na competição tiveram um índice maior de autoconfiança que os menos experientes.

4 CONCLUSÃO 
Concluiu-se que os participantes tiveram uma taxa de ansiedade média e uma taxa de autoconfiança alta. Possivelmente devido ao fato de ter se elevado a média de idade e de experiência do grupo.
Pôde-se afirmar que jogadoras com maior experiência na modalidade ou na competição obtiveram valores mais baixos de ansiedade tanto cognitiva quanto somática e valores mais altos de autoconfiança, em relação a jogadoras com menor tempo de experiência na modalidade e na competição.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, A. Q. de. Ansiedade e habilidades psicológicas em atletas de futsal. 2005. 80 p. Dissertação - Universidade de Coimbra, Coimbra, 2005. 
GOMES, D. R. C. et al. Ansiedade cognitiva e somática em atletas de futsal amadores. Editora Fontoura. São Paulo. Coleção Pesquisa em Educação Física. v. 9, n. 2, p. 65-70, 2010. 
LAVOURA, T. N. et al. Canoagem slalom: ansiedade x rendimento. In: CONGRESSO DE CIÊNCIA DO DESPORTO, 1. 2005, Campinas. Anais... Campinas: FEF/UNICAMP, 2005. 
REIS, R. P. N. dos. A ansiedade pré-competitiva no futebol: estudo comparativo entre os níveis de ansiedade pré-competitiva de equipas de futebol dos escalões infantil e sénior do distrito de castelo branco. 2014. p.70 Dissertação (Mestrado em Atividade Física, Motricidade Infantil) - Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, 2014.
SOUZA, P. R. C. Validação de teste para avaliar a capacidade de tomada de decisão e o conhecimento declarativo em situações de ataque no futsal. 2002. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Acessar