Nfluência da Ansiedade no Desempenho de Jogadoras de Futsal
Por Otávio Costa, Nara Edreira (Autor), Lucas Oliveira (Autor), Luiz Henrique Maciel (Autor), Otávio Costa (Autor), Nara Edreira (Autor).
Em XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII CONICE - CONBRACE
Resumo
1 INTRODUÇÃO
Existe uma noção, cada vez maior, que o desempenho esportivo de atletas e de praticantes comuns não dependem apenas de aspectos técnicos, táticos e físicos, mas também, dependem de aspectos psicológicos da pessoa que o pratica, da técnica usada, ou do esporte em sim.
Estes aspectos psicológicos influenciam diretamente na execução da técnica e da tática treinada durante a prática da modalidade.
A psicologia do esporte estuda e analisa diretamente estes aspectos e como estes influenciam a prática esportiva. Um fator muito importante nesse contexto esportivo é a ansiedade pré-competitiva e sua influência no desempenho esportivo durante um jogo ou competição.
O objetivo desse estudo foi analisar o nível de influência que diferentes tipos de ansiedade trazem a jogadoras de futsal em situações pré-competitivas, levando em consideração aspectos como: tempo de prática do futsal e experiência na determinada competição onde elas foram avaliadas.
2 METODOLOGIA
A amostra foi composta por doze jogadoras de futsal, do sexo feminino. Todas As participantes eram membros da equipe de futsal da cidade de Lavras (MG) e participaram da Copa Líder realizada na cidade de Alfenas (MG).
Foi aplicado em cada um dos participantes, antes de cada partida da Copa Líder, um inventário sobre ansiedade-estado pré-competitiva, abrangendo três variáveis: ansiedade somática, ansiedade cognitiva e autoconfiança. O instrumento escolhido foi a tradução e adaptação validada em português do inventário CSAI-2 (Competitive State
Anxiety Inventory-2), elaborado por Martens et al. traduzido e validado por Raposo em 2004 (REIS 2014, p. 70).
A análise dos dados foi constituída por Estatística Descritiva (média, desvio padrão e coeficiente de variação), e o delineamento foi inteiramente ao acaso (DIC). Foram utilizados também a Tabela Distribuição F de Fisher-Snedecor e o Teste de Tukey. O nível de significância adotado no presente estudo foi de p <0.05 (5%). O pacote de dados utilizado para análise foi o software gratuito de análise estatística Sisvar, versão 5.6.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os participantes foram divididos em dois grupos, com seis integrantes cada. O grupo 1 obteve média de ansiedade cognitiva maior que o Grupo 2, podendo afirmar que pessoas com menor tempo de experiência no esporte são mais afetadas pela ansiedade cognitiva. O resultado vai ao encontro com os resultados de Gomes et al. (2010 p. 65) e Reis (2014 p. 70), que também encontraram níveis de ansiedade cognitiva mais altos em atletas de futsal amadores, se comparados com atletas experientes.
Grupo 1 e o Grupo 2 tiveram a mesma média estatística, ou seja, os níveis de ansiedade somática não se alteraram em relação a experiência. Assim, nesse caso em específico, a experiência dos participantes na modalidade não influenciou de forma estatística os níveis de ansiedade pré-competitiva somática.
Porém, apesar de não ter sido encontrada diferença estatística, foi encontrada uma certa diferença entre os resultados encontrados de ansiedade somática, se compararmos o Grupo 1 com o Grupo 2. Sendo que, o maior resultado foi atribuído ao Grupo 1, com os participantes menos experientes. Lavoura et al. (2005) e Reis (2014 p. 70) encontraram em seus estudos que, a ansiedade somática foi mais baixa nos atletas com mais experiência no esporte.
Os resultados divergiram do esperado, o Grupo 1 e o Grupo 2 tiveram a mesma média estatística, ou seja, os níveis de autoconfiança não se alteraram em relação ao tempo de experiência de cada participante. Portanto, nesse caso em específico, o tempo de experiência na modalidade futsal não influenciou os níveis de autoconfiança pré-competitiva.
Porém, apesar de não ter sido encontrada diferença estatística, foi encontrada uma pequena diferença entre os resultados de autoconfiança, se compararmos o Grupo 1 com o Grupo 2. Sendo que, o maior resultado foi atribuído ao Grupo 2, com os participantes mais experientes. Carvalho (2005 p. 80).
Desta vez dividiu-se em grupos de acordo com a experiência na competição. Grupo 1: Zero vezes (com dois participantes); Grupo 2: Uma vez (com cinco participantes); Grupo 3: Duas vezes (com quatro participantes); Grupo 4: Três vezes (com um participante).
Em relação a ansiedade cognitiva, atletas com mais experiência na competição tiveram interferência nos resultados, notando que a participação em outras edições do campeonato influenciou no resultado.
No aspecto de ansiedade somática podemos notar que o tempo de experiência também influenciou nos resultados. Grupo 3 e 4 tiveram resultados diferentes do grupo 1 e 2.
No quesito autoconfiança, obtemos o mesmo resultado. Atletas mais experientes na competição tiveram um índice maior de autoconfiança que os menos experientes.
4 CONCLUSÃO
Concluiu-se que os participantes tiveram uma taxa de ansiedade média e uma taxa de autoconfiança alta. Possivelmente devido ao fato de ter se elevado a média de idade e de experiência do grupo.
Pôde-se afirmar que jogadoras com maior experiência na modalidade ou na competição obtiveram valores mais baixos de ansiedade tanto cognitiva quanto somática e valores mais altos de autoconfiança, em relação a jogadoras com menor tempo de experiência na modalidade e na competição.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, A. Q. de. Ansiedade e habilidades psicológicas em atletas de futsal. 2005. 80 p. Dissertação - Universidade de Coimbra, Coimbra, 2005.
GOMES, D. R. C. et al. Ansiedade cognitiva e somática em atletas de futsal amadores. Editora Fontoura. São Paulo. Coleção Pesquisa em Educação Física. v. 9, n. 2, p. 65-70, 2010.
LAVOURA, T. N. et al. Canoagem slalom: ansiedade x rendimento. In: CONGRESSO DE CIÊNCIA DO DESPORTO, 1. 2005, Campinas. Anais... Campinas: FEF/UNICAMP, 2005.
REIS, R. P. N. dos. A ansiedade pré-competitiva no futebol: estudo comparativo entre os níveis de ansiedade pré-competitiva de equipas de futebol dos escalões infantil e sénior do distrito de castelo branco. 2014. p.70 Dissertação (Mestrado em Atividade Física, Motricidade Infantil) - Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, 2014.
SOUZA, P. R. C. Validação de teste para avaliar a capacidade de tomada de decisão e o conhecimento declarativo em situações de ataque no futsal. 2002. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.