Níveis de Aptidão Física e Perfil Antropométrico dos árbitros de Elite do Paraná Credenciados Pela Confederação Brasileira de Futebol (cbf)
Por Lberto I. Silva (Autor), Ciro Romelio Rodriguez Añez (Autor).
Em Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v. 3, n 3, 2003. Da página 18 a 26
Resumo
RESUMO Este estudo teve como objetivo avaliar o nível de aptidão física e a composição corporal dos árbitros de elite da Federação Paranaense de Futebol (FPF). A amostra foi constituída por 16 árbitros que se submeteram a provas de aptidão física na temporada de 2000. Todos os indivíduos eram do sexo masculino, apresentavam uma idade média de 34,5±4,8 anos, estatura de 177,8±7,4 cm e massa corporal de 78,7±8,0 kg. A bateria de testes utilizada para avaliar a condição física foi a padronizada pela FIFA, e inclui uma prova de corrida de 50 metros, outra de 200 metros e o teste de Cooper. Para avaliação da composição corporal foram mensuradas 9 dobras cutâneas (subescapular, tríceps, bíceps, peitoral, axilar média, abdómen, suprailíaca, coxa e panturrilha), 9 perímetros (antebraço, braço contraído, braço relaxado, tórax, abdómen, quadril, coxa superior, coxa média e panturrilha), e 4 diâmetros ósseos (biestilóide, biepicondiliano, bicondiliano e bimaleolar) (17, 18, 19). A partir das variáveis antropométricas determinou-se a densidade corporal conforme equação de Jackson e Pollock (20) e o percentual de gordura, utilizando-se a equação de Siri (21). O peso da gordura (PG) foi obtido multiplicando-se a massa corporal (MC) pela fração do percentual de gordura (%G), PG=MC(%G/100). Para a determinação do peso ósseo (PO) e do peso residual (PR) foram utilizadas, respectivamente, as equações de Von Döblen e Würch citados por De Rose et. al. (22). O peso muscular foi obtido subtraindo-se da MC o PO, PR e PG. Os resultados dos testes são reportados como valores médios com o respectivo desvio-padrão e/ou erro-padrão. Comparações entre valores médios foram realizadas pela análise de variância (ANOVA). A comparação entre as idades dos grupos foi realizada pelo teste não paramétrico de Mann-Withtney-U. No estudo da correlação foi utilizado o coeficiente de Pearson. Significâncias estatísticas foram consideradas quando p≤ 0,05. Após a aplicação da bateria de testes padronizada pela FIFA, foi possível observar que em média o árbitro paranaense demora 6,81±0,31 s a percorrer os 50 metros e 28,85±1,57 s a percorrer os 200 metros. Estes valores são, em ambas as provas, melhores que os obtidos pelos árbitros que participaram no concurso para novos árbitros da FIFA em 1995 (15). O valor médio da corrida de 12 minutos foi de 2956±90,69 metros. Os dados antropométricos demonstram que os árbitros do nosso estudo possuem valores de estatura, massa corporal e componentes da composição corporal maiores do que os de árbitros de outros estudos, porém uma massa de gordura menor. Palavras-chave: árbitro, futebol, aptidão física, testes.