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INTRODUÇÃO:

As conseqüências dos níveis lipídicos elevados, somado a outros fatores de risco constituem problema mundial de saúde publica. Do ponto de vista clínico, a vigilância e a detecção precoce dos fatores de risco associados a hipercolesterolemia são fatores primordiais nas ações preventivas com destaque para a inatividade física infantil, que aumentou consideravelmente entre crianças e adolescentes.

Em vista disso, este trabalho procurou verificar se existia associação significativa entre níveis de atividade física (AF) e níveis lipídicos sanguíneos (Colesterol Total-CT, LDL-C, HDL-C e Triglicerídeos- TG).


 METODOLOGIA:

Participaram da amostra 374 escolares (166 meninos e 288 meninas) com idades entre 10 e 12 anos de 18 escolas da rede municipal, estadual, federal e particular do município de Santa Maria - RS, selecionados de forma estratificada. Aplicou-se o Questionário de Atividades Físicas Realizadas Ontem (QUAFIRO) para identificação dos níveis de atividade física. A coleta das amostras foi feita após um jejum de 12 horas. A análise bioquímica foi realizada no equipamento 917 Automatic Analyser Hitachi (Boehringer Mannhein), no Laboratório de Análises Clinicas (LAC) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. Utilizou-se o pacote estatístico Statistical Analysis System (SAS) versão 8.2 para análise dos dados com intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%.


 RESULTADOS:

Os resultados mostraram que não existe correlação significativa estatisticamente entre as variáveis - AF x CT (r= -0.050 e p= 0.3317), da AF x HDL-C (r= -0.010 e p= 0.8441), da AF x LDL-C (r= -0.027 e p= 0.5980) e da AF x TG (r=-0.01183 e p=0.8196 ).

Embora a literatura ressalte que a atividade física relaciona-se a níveis lipídicos, esse trabalho não encontrou relação entre essas variáveis. Acredita-se que isto se deva a ineficiência do QUAFIRO ao determinar os níveis de atividade física da amostra. O questionário demonstrou grande fragilidade nesta pesquisa devido a sua dificuldade de interpretação por parte dos avaliados na classificação da intensidade das atividades (leve, moderada e intensa), além de considerar apenas um dia da semana na rotina do avaliado.

CONCLUSÕES:

Nesta amostra as crianças mais ativas fisicamente não eram as que preferencialmente apresentavam maiores valores para HDL-C e menores para CT, LDL-C e TG. Sugere-se o desenvolvimento de instrumentos de medida para a atividade física em crianças uma vez que o QUAFIRO mostrou-se bastante falho neste estudo.