Níveis Comparativos de Estresse Oxidativo em Camundongos em Duas Situações do Limite Orgânico: Overreaching Induzido Por Treinamento de Natação e Câncer
Por Joaquim Maria Ferreira Antunes Neto (Autor), Rodrigo José Battibugli Rivera (Autor), Régis Georgis Calvi (Autor), Maryellen Fernandes Raffa (Autor), Caio César Donadon (Autor), Angélica Gomes Pereira (Autor), Patrícia da Silva Melo (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 14, n 6, 2008. Da página 548 a 552
Resumo
O objetivo deste trabalho foi comparar concentrações de estresse oxidativo em camundongos da linhagem Balb-C submetidos a duas condições severas de alterações orgânicas: treinamento exaustivo de natação (overreaching - grupo OVER; n = 10) e inoculação por tumor ascítico de Ehrlich (grupo TAE; n = 10). A proposta foi analisar como as duas situações comprometiam o equilíbrio entre os sistemas oxidantes e antioxidantes. Foram investigados alguns marcadores de estresse oxidativo, tais como as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e concentrações da atividade da enzima antioxidante catalase (CAT) no hemolisado. Como marcadores de lesão celular, quantificaram-se concentrações plasmáticas das enzimas creatina quinase (CK) e aspartato transferase (AST); complementado; também se observaram padrões de alterações fisiológicas por meio da quantificação plasmática de creatinina e uréia. Como resultados mais importantes, pôde-se observar que, nas duas situações de limite orgânico, seja por exercício exaustivo (OVER) ou pela inoculação de TAE, houve queda abrupta na concentração da enzima CAT (decréscimos de 30%; p < 0,01 e 72%; p < 0,001, respectivamente, comparando-se com o grupo treinado - T). Quanto à concentração de peroxidação lipídica (TBARS), detectaram-se aumentos significativos para os grupos OVER e TAE em relação ao grupo T (52%, p < 0,01; 90%, p < 0,001, respectivamente). Níveis liberados de CK foram mais proeminentes no grupo OVER, enquanto que a quantidade de AST no plasma foi mais elevada no grupo TAE. Chegou-se à conclusão de que os organismos estudados possuem um mesmo perfil de estresse oxidativo em situações limites que envolvem exercício físico e doença. Tais resultados permitirão profissionais envolvidos com elaboração das cargas de treinamento físico a se preocuparem com os períodos recuperativos, o que impede a instalação do quadro de overreaching, o qual se mostrou tão severo, em termos de estresse oxidativo, quanto o de uma situação patológica.