Resumo

Com o advento dos Jogos Paralimpícos no Rio em 2016, nos últimos anos o Brasil vem experimentando um crescimento da prática dos esportes paralímpicos juntamente com o aumento na oferta de competições. Dentre as modalidades paralímpicas, o basquete em cadeira de rodas é uma das que apresenta tradição histórica com equipes cada vez mais estruturadas que participam de eventos estaduais, regionais e nacionais. Diferentemente dos atletas de alto rendimento do basquete convencional, os paratletas de alto rendimento do basquete em cadeira de rodas por muitas vezes são amadores, tendo que conciliar a prática esportiva com suas atividades profissionais. Desta forma no momento da competição, o nível de ansiedade passa a ser um componente importante no desempenho esportivo. O objetivo desse trabalho é verificar o nível de ansiedade pré-competitiva em paratletas de basquete em cadeira de rodas que atuaram no Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão realizado de 19 a 23 de novembro de 2014 em Brasília. Participaram da pesquisa 90 paratletas de 9 equipes de diferente regiões do Brasil. O instrumento de coleta foi Competitive State Anxiety Inventory-2 (questionário do estado de ansiedade competitiva). Para melhor compreensão e interpretação dos resultados, os níveis de ansiedade foram categorizados em baixo (entre 9 e 18 pontos), médio (entre 18 e 27 pontos) e alto (entre 27 e 36 pontos), de acordo com o somatório obtido através da análise dos questionários. A coleta ocorreu no local da competição 20 minutos antes do início da partida de estreia de cada equipe, após a autorização dos clubes e atletas por meio do termo de consentimento livre e esclarecido. A interpretação dos resultados foi feita por meio de estatística descritiva no programa SPSS versão 20. Os resultados gerais apontaram que no quesito ansiedade cognitiva, 85,6% apresentaram baixos níveis, 13,3% de níveis médios e 1,1% de altos níveis de ansiedade cognitiva. Os resultados da ansiedade somática demonstraram que 71,1% dos avaliados apresentaram níveis baixos, 27,8% níveis médios e apenas 1,1% nível alto. Podemos observar nos resultados que os níveis de ansiedade da maioria dos paratletas são baixos, tanto para ansiedade cognitiva, quanto para ansiedade somática. A literatura especializada aponta que existe um nível adequado de ansiedade de acordo com a complexidade da tarefa. No caso de atividades moderadas como é o caso do basquete em cadeiras de rodas, o nível adequado deve ser de ansiedade moderada, para que a ativação provocada não atrapalhe o desempenho dos atletas. No caso do presente estudo, os resultados não acompanham o apregoado pela literatura. Concluímos que a ansiedade pré-competitiva nos paratletas de basquete em cadeiras de rodas não se manifesta da forma ideal, como o anuncia pela literatura especializada. Sugerimos novos estudos sobre a ansiedade em atletas desta natureza para conclusões mais aprofundadas.

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