Resumo

A mudança do perfil epidemiológico dos indivíduos com DC, com migração de grande parte dessa população das zonas rurais para os grandes centros urbanos, favorece a exposição a um estilo de vida inadequado, como diminuição nos níveis de atividade física e piora do sono, o que pode levar a um aumento no risco de doenças crônico-degenerativas. Por outro lado, evidências têm demonstrado que aumento nos níveis de atividade física se associam a inúmeros benefícios de saúde, com potencial efeito sobre o sono.

Objetivo: Avaliar a associação entre os níveis de atividade física e horas de sono em indivíduos com a forma crônica da doença de Chagas.

Métodos: O presente trabalho consiste em uma análise secundária de um estudo transversal intitulado “Prevalência de Síndrome Metabólica em Indivíduos com Doença de Chagas Crônica”. O projeto foi conduzido de março de 2014 a março de 2017, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/FIOCRUZ). A variável de exposição foi o nível de atividade física, determinado pelo questionário IPAQ (International Physical Activity Questionnaire) versão curta, previamente adaptado e validado para uso na população brasileira. Os participantes foram divididos em tercis de atividade física total. O desfecho considerado foi tempo de sono avaliado por meio de pergunta direta sobre quantas horas de sono cada participante dormia por noite. O tempo de sono foi categorizado em adequado (7-9 hs) e inadequado (< 7 hs e > 9 hs). Também foram coletadas informações sobre idade, sexo, escolaridade, cor da pele e renda familiar de acordo com parâmetros estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A análise estatística foi realizada utilizando software estatístico Stata 18.0. A associação entre o nível de atividade física e o tempo de sono foi determinada por meio de modelos de regressão logística não ajustados e ajustados por potenciais variáveis de confundimento. O nível de significância estatística adotado para todos os testes será de p<0,05.

Resultados: Dos 361 participantes incluídos na análise (idade média 60,7 ± 10,8 anos), a maioria era do sexo feminino (56,2%), com menos de 9 anos de escolaridade (67,3%) e se auto classificaram como pardos (59,8%). Não foram observadas associações entre os tercis de atividade física com tempo de sono inadequado, tanto nos modelos não ajustados quanto nos ajustados (Tabela).

Conclusão: Não foi observada relação entre os níveis de atividade física com o tempo de sono em pacientes com doença de Chagas crônica.

 

 

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