Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar o nível de atividade física e o estado nutricional relativamente às características sociodemográficas, aos comportamentos sedentários e às percepções individuais de adolescentes de 11 a 17 anos em situação de vulnerabilidade social do estado de Santa Catarina. Este estudo foi classificado como um estudo quantitativo do tipo levantamento, caracterizado como descritivo-correlacional, com corte transversal. Os dados foram obtidos por meio do Physical Activity Questionnaire – Child, que fornece informações sobre o nível de atividade física, e da Avaliação Antropométrica de peso corporal e estatura corporal que permite calcular o estado nutricional. As variáveis deste estudo são de natureza qualitativa e quantitativa. Os resultados encontrados nesta pesquisa apontam que os adolescentes do estado de Santa Catarina apresentam-se na maioria dos casos procedentes de área urbana, principalmente da região Sul e Oeste do estado, em fase inicial da adolescência, do sexo masculino, filhos de chefe de família com pouca escolaridade, com estado nutricional adequado para a idade e o sexo dentro dos limites recomendados para a saúde. Quanto ao peso corporal, mais de um quarto da população de adolescentes investigados possuem excesso de peso, com maior proporção entre os sujeitos do sexo masculino. No que se refere a atividade física os adolescentes são mais ativos na Educação Física e no fim de semana. A maioria avalia que praticou atividade física de três a quatro vezes por semana e que assiste de uma a duas horas à televisão por dia. No que tange às associações da inatividade física com diferentes oportunidades de atividade física, os rapazes possuem maiores probabilidades de serem menos ativos nas atividades depois da escola, na Educação Física, durante o almoço, à noite e no fim de semana. Deste modo, pode-se concluir que os adolescentes em situação de vulnerabilidade social do estado de Santa Catarina apresentam-se com níveis moderados de atividade física e com estado nutricional adequado para saúde, morando em áreas urbanas, do sexo masculino, assistindo pouco à televisão, sentindo-se menos ativo que seus colegas, mas se percebendo em forma física, praticando futebol, dança (moças), corrida ou trote (rapazes), caminhada (moças) e pique. Pode-se concluir ainda que a Educação Física é a oportunidade em que os adolescentes apresentam-se mais ativos. Contudo, a inatividade física afeta parte das moças, urbanas, nas idades iniciais da adolescência e associa-se com as diferentes oportunidades de atividade física, e o excesso de peso atinge parte dos rapazes, urbanos, nas idades iniciais da adolescência e associa-se com tempo de assistência à televisão (rapazes e moças) e faixa etária (moças). Desse modo, recomenda-se a manutenção e, se possível, o incremento das aulas de Educação Física, contribuindo para níveis elevados de atividade física e para estado nutricional eutrófico de adolescentes catarinenses.