Resumo

Apesar de declarado o fim da pandemia de Covid-19, os casos de contaminação pelo vírus ainda acometem milhares de pessoas. Algumas delas, podem sofrer efeitos de longo prazo resultantes dessa infecção, quadro  conhecido como “condições pós covid” e podem apresentar diferentes sinais e sintomas. O surgimento dessa condição está estreitamente ligado à presença de doenças crônicas, e considerando o aumento da prevalência dessas condições durante o processo de envelhecimento, surge a necessidade de ampliar a compreensão sobre as consequências da covid_19 nessa população, dessa forma, torna-se vital avaliar se a atividade física (AF) pode servir como um fator protetivo contra as condições pós covid, especialmente entre pessoas idosas. OBJETIVO: Diante do exposto, e tendo em vista a possibilidade do surgimento de novas pandemias, o objetivo deste estudo foi analisar se o  nível de AF se relaciona com diferentes sequelas do covid-19 entre pessoas idosas do Distrito Federal (DF). MÉTODOS: Pesquisa epidemiológica do tipo survey, com desenho transversal e amostra representativa do Distrito Federal. Os dados foram coletados por meio de questionário eletrônico. O nível de AF foi obtido através das seguintes questões: 1: Quantos dias durante uma semana normal você realiza atividades moderadas a vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos? 2: Qual a duração da atividade moderada a vigorosa que você realiza por dia, considerando pelo menos 10 minutos? Foram considerados ativos aqueles que acumularam pelo menos 150 minutos de AF por semana. As sequelas relatadas foram divididas em categorias relacionadas ao pulmão, coração, ansiedade, atenção, dor articular  e fadiga. Foi utilizado o teste qui-quadrado,  para analisar a associação entre as variáveis, considerando-se um nível de significância de 95%. Este projeto foi aprovado pelo CEP em Seres Humanos da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, sob o protocolo CAAE número 33798220.3.0000.0030 RESULTADOS: Foram analisados dados de 1.363 pessoas idosas (Feminino = 66,0%; Masculino = 34,0%), a maioria com idade entre 60 e 74 anos (82,2%), e 26,8% apresentando comorbidades. Do total de entrevistados, 741 eram fisicamente ativos (54,4%), e 622 foram considerados insuficientemente ativos (45,6%). O teste qui-quadrado revelou uma associação estatisticamente significativa entre o nível de AF (ativo/insuficientemente ativo) e a sequela dor articular  (p 0,01), indicando que realizar as recomendações de AF pode influenciar no aparecimento desta sequela, com uma maior proporção de indivíduos insuficientemente ativos apresentando a condição. CONCLUSÃO: Os resultados indicam que a atividade física possui um efeito protetivo sobre o surgimento da sequela de dor articular. Sendo esta uma das mais prevalentes nos estudos que avaliaram as condições pós-covid, reforçando a importância da prática de atividade física por esta população e consequentemente diminuindo o número de pessoas idosas expostas a quadros negativos de saúde.

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