Nível de Atividade Física de Adolescentes Brasileiros Vivendo com Hiv/aids: Uma Revisão Sistemática
Por Gabriela Marques da Silva (Autor), Alynne Alynne Christian Ribeiro Andaki (Autor).
Resumo
Introdução: Não há uma consistência sobre o nível de Atividade física (AF) entre adolescentes vivendo com HIV/AIDS, devido às discrepâncias entre os estudos realizados. Assim, há a necessidade de trabalhos que possam eliminar os possíveis viesses desses estudos. Portanto, há a necessidade de realizar uma revisão sistemática limitando os vieses na identificação, avaliação e síntese dos estudos relevantes para preencher essa lacuna. Objetivo: identificar o nível de atividade física (AF) de adolescentes brasileiros vivendo com HIV/AIDS a partir dos estudos selecionados por meio de uma revisão sistemática da literatura. Métodos: Esta revisão sistemática seguiu as recomendações do PRISMA. As bases de dados eletrônicas utilizadas para a busca foram: BVS, LILACS, Scopus, Medline/Pubmed e SciELO. Os estudos foram incluídos se atendessem aos seguintes critérios: (1) amostra formada apenas por adolescentes brasileiros <18 anos de idade; (2) publicações a partir de 2010; (3) originais com delineamentos transversais, longitudinais, ensaios clínicos randomizados, de coorte ou caso-controle (4) publicados no idioma inglês ou português; (5) utilização de instrumentos de medidas da AF por métodos diretos e indiretos; (6) que apresentassem a prevalência ou nível de AF ou exercício. Resultados: O processo de busca nesse primeiro momento, permitiu a identificação de 439 documentos, entretanto apenas quatro atenderam os critérios de seleção. Houve uma variação do nível de AF 72,5 min/semana a 346,5 min/semana e a prevalência de indivíduos fisicamente ativos variou de 3,5% a 31,2% entre os estudos. Conclusão: Houve uma alta a prevalência de adolescentes portadores de HIV/AIDS que não cumprem as recomendações mínimas de prática de AF. Assim, emerge a necessidade da criação e implementação de programas para aumentar o nível de AF dessa população e consequentemente reduzir a incidência bem como atenuar os agravos de doenças crônicas não transmissíveis em tanto nessa quanto em outras fases da vida.
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