Resumo

Introdução: Não há uma consistência sobre o nível de Atividade física (AF) entre adolescentes vivendo com HIV/AIDS, devido às discrepâncias entre os estudos realizados. Assim, há a necessidade de trabalhos que possam eliminar os possíveis viesses desses estudos. Portanto, há a necessidade de realizar uma revisão sistemática limitando os vieses na identificação, avaliação e síntese dos estudos relevantes para preencher essa lacuna. Objetivo: identificar o nível de atividade física (AF) de adolescentes brasileiros vivendo com HIV/AIDS a partir dos estudos selecionados por meio de uma revisão sistemática da literatura. Métodos: Esta revisão sistemática seguiu as recomendações do PRISMA.  As bases de dados eletrônicas utilizadas para a busca foram: BVS, LILACS, Scopus, Medline/Pubmed e SciELO. Os estudos foram incluídos se atendessem aos seguintes critérios: (1) amostra formada apenas por adolescentes brasileiros <18 anos de idade; (2) publicações a partir de 2010; (3) originais com delineamentos transversais, longitudinais, ensaios clínicos randomizados, de coorte ou caso-controle (4) publicados no idioma inglês ou português; (5) utilização de instrumentos de medidas da AF por métodos diretos e indiretos; (6) que apresentassem a prevalência ou nível de AF ou exercício. Resultados: O processo de busca nesse primeiro momento, permitiu a identificação de 439 documentos, entretanto apenas quatro atenderam os critérios de seleção. Houve uma variação do nível de AF 72,5 min/semana a 346,5 min/semana e a prevalência de indivíduos fisicamente ativos variou de 3,5% a 31,2% entre os estudos. Conclusão: Houve uma alta a prevalência de adolescentes portadores de HIV/AIDS que não cumprem as recomendações mínimas de prática de AF. Assim, emerge a necessidade da criação e implementação de programas para aumentar o nível de AF dessa população e consequentemente reduzir a incidência bem como atenuar os agravos de doenças crônicas não transmissíveis em tanto nessa quanto em outras fases da vida.

Referências

Levy JA, Autran B, Coutinho RA, Phair JP. 25 Years of AIDS: recording progress and future challenges. AIDS Lond Engl. 19 de junho de 2012;26(10):1187–9.

Cooper A, García M, Petrovas C, Yamamoto T, Koup RA, Nabel GJ. HIV-1 causes CD4 cell death through DNA-dependent protein kinase during viral integration. Nature. 20 de junho de 2013;498(7454):376–9.

UNAIDS / UNICEF. Unaids: Estatística. 2017.

Barbaro G. Highly active antiretroviral therapy-associated metabolic syndrome: pathogenesis and cardiovascular risk. Am J Ther. junho de 2006;13(3):248–60.

Leonard EG, McComsey GA. Antiretroviral therapy in HIV-infected children: the metabolic cost of improved survival. Infect Dis Clin North Am. setembro de 2005;19(3):713–29.

Fortuny C, Deyà-Martínez Á, Chiappini E, Galli L, de Martino M, Noguera-Julian A. Metabolic and renal adverse effects of antiretroviral therapy in HIV-infected children and adolescents. Pediatr Infect Dis J. maio de 2015;34(5 Suppl 1):S36-43.

Hemkens LG, Bucher HC. HIV infection and cardiovascular disease. Eur Heart J. 1o de junho de 2014;35(21):1373–81.

Brasil M da SS de V em SD de D. Aids e hepatites virais. Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e AIDS. Minitério da Saúde; 2012.

World Health Organization. Global Recommendations on Physical Activity for Health [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2010. (WHO Guidelines Approved by the Guidelines Review Committee). Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK305057/

van Brussel M, van der Net J, Hulzebos E, Helders PJM, Takken T. The Utrecht approach to exercise in chronic childhood conditions: the decade in review. Pediatr Phys Ther Off Publ Sect Pediatr Am Phys Ther Assoc. 2011;23(1):2–14.

O’Brien KK, Tynan A-M, Nixon SA, Glazier RH. Effectiveness of aerobic exercise for adults living with HIV: systematic review and meta-analysis using the Cochrane Collaboration protocol. BMC Infect Dis. 26 de abril de 2016;16:182.

Cardoso A, Lima L, Silva R, Cabral L. Atividade física de crianças e adolescentes que vivem com HIV adquirido por transmissão vertical. Rev Bras Atividade Física Saúde [Internet]. 31 de março de 2014 [citado 28 de novembro de 2018];19(2). Disponível em: http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBAFS/article/view/3172

Ramalho LC de B, Gonçalves EM, de Carvalho WRG, Guerra-Junior G, Centeville M, Aoki FH, et al. Abnormalities in body composition and nutritional status in HIV-infected children and adolescents on antiretroviral therapy. Int J STD AIDS. agosto de 2011;22(8):453–6.

Sampaio RF, Mancini MC. Systematic review studies: a guide for careful synthesis of the scientific evidence. Braz J Phys Ther. fevereiro de 2007;11(1):83–9.

Martins PC, Lima LRA de, Teixeira DM, Carvalho AP de, Petroski EL. Atividade física e gordura corporal de adolescentes vivendo com HIV: um estudo comparativo. Rev Paul Pediatr. março de 2017;35(1):69–77.

Tanaka LF, Latorre M do RD de O, Silva AM, Konstantyner TCR de O, Peres SV, Marques HH de S, et al. High prevalence of physical inactivity among adolescents living with HIV/AIDS. Rev Paul Pediatr. setembro de 2015;33(3):326–31.

de Lima LRA, Silva DAS, da Silva KS, Pelegrini A, de Carlos Back I, Petroski EL. Aerobic Fitness and Moderate to Vigorous Physical Activity in Children and Adolescents Living with HIV. Pediatr Exerc Sci. 2017;29(3):377–87.

Lima LRA de, Silva RCR da, Giuliano I de CB, Sakuno T, Brincas SM, Carvalho AP de. Bone mass in children and adolescents infected with human immunodeficiency virus. J Pediatr (Rio J). fevereiro de 2013;89(1):91–9.

Florindo AA, Romero A, Peres SV, Silva MV da, Slater B. Development and validation of a physical activity assessment questionnaire for adolescents. Rev Saúde Pública. outubro de 2006;40(5):802–9.

Pate RR, Freedson PS, Sallis JF, Taylor WC, Sirard J, Trost SG, et al. Compliance with physical activity guidelines: prevalence in a population of children and youth. Ann Epidemiol. julho de 2002;12(5):303–8.

Tudor-Locke C, Craig CL, Beets MW, Belton S, Cardon GM, Duncan S, et al. How many steps/day are enough? for children and adolescents. Int J Behav Nutr Phys Act. 28 de julho de 2011;8:78.

Kowalski KC, Crocker, PRE, Donen. RM. "The physical activity questionnaire for older children (PAQ-C) and adolescents (PAQ-A) manual. 2004;87(1):1–38.

Greca JP de A, Silva DAS, Loch MR, Greca JP de A, Silva DAS, Loch MR. Physical activity and screen time in children and adolescents in a medium size town in the South of Brazil. Rev Paul Pediatr. setembro de 2016;34(3):316–22.

Hallal PC, Andersen LB, Bull FC, Guthold R, Haskell W, Ekelund U, et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. Lancet Lond Engl. 21 de julho de 2012;380(9838):247–57.

Acessar