Resumo

Introdução: O aumento da longevidade e do percentual de idosos no Brasil e no mundo parece ser consequência de um melhor estado de saúde. Entretanto, em muitos casos a senescência se acompanha de doenças crônicas e limitações físicas, com consequente tendência de redução nos níveis de atividade fisica, corroborando com a piora do estado de saúde e da qualidade de vida dessa população. Objetivo: Avaliar o nível de atividade fisica e capacidade funcional em idosos institucionalizados, além de avaliar a associação entre o nível de atividade física e as condições de saúde dessa população. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 285 idosos com idade superior a 60 anos, moradores nas Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPI) na cidade de Brasília, DF, no período de janeiro a junho de 2017. Os dados foram obtidos por meio de aplicação de questionário sociodemográfico (idade, sexo, grau de escolaridade e estado civil), perguntas referentes a presença de doenças clínicas; a capacidade funcional (CF) foi avaliada pelo questionário desenvolvido por Andreotti e Okuma, em que os idosos foram classificados como tendo melhor capacidade funcional (muito boa e boa), ou pior capacidade funcional (média, ruim e muito ruim) e para avaliar o nível de atividade fisica (NAF) foi aplicado o International Physical Activity Questionaire (IPAQ – versão curta). Foram utilizados teste qui-quadrado, odds ratio e teste de Mann-Whitney para identificar as associações. Os dados foram avaliados pelo programa STATA versão 9.2. Resultados: Dos 285 idosos, 195 (68.4%) eram mulheres e 90 (31.6%) homens, a idade predominante foi entre 70-79 anos (58.9%), 197 (69.1%) tinham o ensino fundamental completo e 105 (36.8%) dos idosos eram viúvos. As doenças clínicas mais frequentes foram: 228 (80%) doenças cardiovasculares, 205 (71.9%) diabetes tipo 2, 198 (69.4%) hipertensão arterial, 75 (26.3%) osteoporose, 36 (12.6%) câncer e 16 (5.6%) doença de Parkinson. As mulheres apresentaram pior CF que os homens, além de menor NAF. Os fatores que se associaram de maneira independente à pior capacidade funcional foram ter 75 anos e mais, ser do gênero feminino, fazer uso contínuo de mais de cinco medicamentos e considerar a própria saúde pior que a de seus pares. Menores NAF se associaram às seguintes variáveis: idade maior que 75 anos, pior saúde auto-referida, pior CF. Conclusão: Sugere-se que novos estudos específicos para esta população sejam realizados, abordando o impacto do NAF nas condições de saúde.

Acessar Arquivo