Resumo

Introdução: Diversos estudos fundamentam a recomendação, para a população em geral, do acúmulo de pelo menos 150 min de atividade física (ATF) moderada por semana e da importância da adequada composição corporal para a boa saúde. As mesmas recomendações devem valer também para o policiar militar, visto que sua atividade profissional se caracteriza por elevadas exigências físicas e psicológicas. Objetivo: Avaliar o nível de atividade física e a composição corporal de policiais militares no ingresso na carreira e após dois anos e sete meses de atuação profissional. Métodos: Participaram 70 voluntários (74,5%) dos 94 homens ingressantes na Polícia Militar de um estado da região norte do País, lotados na capital do estado, no ano de 2014. A primeira coleta foi realizada durante o curso de formação, período no qual os futuros policiais realizavam ao menos 3 sessões semanais de atividade física vigorosa (corridas e treinamentos de força e resistência musculares). Após dois anos e sete meses de atuação profissional o nível de atividade física foi reavaliado por meio do International Physical Activity Questionarie (IPAQ - Versão Curta). A composição corporal foi avaliada por meio da massa corporal, do IMC e do percentual de gordura (protocolo de três dobras de Pollock). Foram realizadas análises descritivas e também o teste t-student pareado para as comparações seriadas, com o nível de significância de 5%. Resultados: Durante o curso de formação, as sessões de atividades físicas vigorosas eram suficientes para que todos atendessem (e superassem) as recomendações mínimas de ATF para a saúde. Após 2 anos e 7 meses na carreira, observou-se uma diminuição significativa (34%) no número de policiais ativos, bem como aumentos significativos dos indicadores de composição corporal (Tabela 1). Discussão: Após a formação profissional houve diminuição nos níveis de atividade física e aumento da massa corporal, do IMC e do percentual de gordura. Conclusão: Os achados apontam para um aumento de cerca de 1 unidade na média do IMC e de 5% no percentual de gordura em apenas 2 anos e 7 meses de seguimento. Os resultados do estudo indicam ainda a necessidade de monitoramento contínuo dessa população, bem como sustentam a importância de intervenções com foco no aumento da ATF e da melhoria da composição corporal, especialmente porque esses importantes indicadores de saúde pioraram nesses indivíduos jovens em um prazo muito curto.

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