Nível de Atividade Física e Composição Corporal de Policiais Militares em Início de Carreira: Um Estudo Longitudinal
Por Welere Gomes Barbosa (Autor), Dainel Saint Martin (Autor), Guilherme E. Molina (Autor), Keila Elizabeth Fontana (Autor), Luiz Guilherme Grossi Porto (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Diversos estudos fundamentam a recomendação, para a população em geral, do acúmulo de pelo menos 150 min de atividade física (ATF) moderada por semana e da importância da adequada composição corporal para a boa saúde. As mesmas recomendações devem valer também para o policiar militar, visto que sua atividade profissional se caracteriza por elevadas exigências físicas e psicológicas. Objetivo: Avaliar o nível de atividade física e a composição corporal de policiais militares no ingresso na carreira e após dois anos e sete meses de atuação profissional. Métodos: Participaram 70 voluntários (74,5%) dos 94 homens ingressantes na Polícia Militar de um estado da região norte do País, lotados na capital do estado, no ano de 2014. A primeira coleta foi realizada durante o curso de formação, período no qual os futuros policiais realizavam ao menos 3 sessões semanais de atividade física vigorosa (corridas e treinamentos de força e resistência musculares). Após dois anos e sete meses de atuação profissional o nível de atividade física foi reavaliado por meio do International Physical Activity Questionarie (IPAQ - Versão Curta). A composição corporal foi avaliada por meio da massa corporal, do IMC e do percentual de gordura (protocolo de três dobras de Pollock). Foram realizadas análises descritivas e também o teste t-student pareado para as comparações seriadas, com o nível de significância de 5%. Resultados: Durante o curso de formação, as sessões de atividades físicas vigorosas eram suficientes para que todos atendessem (e superassem) as recomendações mínimas de ATF para a saúde. Após 2 anos e 7 meses na carreira, observou-se uma diminuição significativa (34%) no número de policiais ativos, bem como aumentos significativos dos indicadores de composição corporal (Tabela 1). Discussão: Após a formação profissional houve diminuição nos níveis de atividade física e aumento da massa corporal, do IMC e do percentual de gordura. Conclusão: Os achados apontam para um aumento de cerca de 1 unidade na média do IMC e de 5% no percentual de gordura em apenas 2 anos e 7 meses de seguimento. Os resultados do estudo indicam ainda a necessidade de monitoramento contínuo dessa população, bem como sustentam a importância de intervenções com foco no aumento da ATF e da melhoria da composição corporal, especialmente porque esses importantes indicadores de saúde pioraram nesses indivíduos jovens em um prazo muito curto.