Resumo

Este estudo objetivou analisar o impacto do nível socioeconômico (NSE) sobre o desempenho motor mediado pelas affordances do ambiente domiciliar de crianças com idade média de 42 meses. Foram sujeitos 86 crianças (39 meninas e 47 meninos) matriculadas em 24 Centros Municipais de Educação Infantil. Como instrumentos de medida foram utilizados a Classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), a Affordances for Home Environment Motor Development (AHEMD-SR) e a Bateria de Avaliação do Movimento para Crianças (MABC-2). Na análise dos dados foram utilizados o teste de Kolmogorov-Smirnov, “U” de Mann-Whitney e Análise de equações estruturais (p<0,05). Os resultados evidenciaram que as crianças de classe média alta possuem mais affordances em comparação às crianças de classe média baixa, no entanto, não houve diferença significativa no desempenho motor entre os grupos. O nível socioeconômico mais elevado não implica positivamente sobre o desempenho motor, entretanto, quando mediado pelas affordances domiciliares (materiais de motricidade fina e estimulação do espaço interno) demonstra um efeito positivo embora fraco no desempenho motor das crianças. Concluiu-se que o alto nível socioeconômico familiar não é suficiente para estruturar um ambiente domiciliar que oportunize o aperfeiçoamento do desempenho motor infantil, além do que as affordances presentes nos ambientes domiciliares parecem não estimular adequadamente o desempenho motor das crianças.

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