Resumo

APRESENTAÇÃO

Nesse registro fílmico, os autores trabalham como um simulador de apreensão de expressões do corpo, a partir da não-representação cênica, ou seja, não há uma preparação prévia para o que está por ser filmado. O que se apresenta às lentes é o acontecimento expressivo de quem conta sua história no ato da própria reflexão sobre si. Abraçamos a perspectiva fenomenológica descrita por Maurice Merleau-Ponty e relacionamos com o Taekwondo para dialogar com as experiências dos Mestres dessa Arte Marcial. Trata-se aqui de unir a atitude fenomenológica ao “método documental” do cinemaverdade traçado por Edgar Morin e Jean Rouch para desenhar a estratégia estéticometodológica deste filme. Nesse contexto, Morin e Rouch apresentam em "Crônica de um verão" (2003) uma nova forma de captura de representações do real, onde essa metodologia – se assim podemos nominá-la – parte da impossibilidade de se procurar e/ou encontrar uma essência na representação, pois trata-se da verdade, do real, do sentimento expresso sem máscaras, sem encenação. Tratar-se, então, de um cinema-verdade. Segundo Morin (2003): Esse filme é uma pesquisa. [...] Não se trata de um filme de ficção. Essa pesquisa lida com a vida real. Não se trata de um documentário. A pesquisa não tem por objetivo descrever. É uma experiência vivida pelos autores e atores. [...] Trata-se de um filme etimológico no sentido forte do termo. Ele estuda o gênero humano. [...] (MORIN, 2003, p. 7-8).

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