Resumo

O andebol atual é uma modalidade altamente complexa e dinâmica, onde a capacidade de performance dos atletas se caracteriza por um esforço intermitente no qual, apesar da preponderância de atividades de baixa intensidade, se impõe uma intensidade global elevada, dada a grande exigência de diferentes ações e momentos do jogo. Esta realidade, a par com outras modalidades coletivas, torna-se muito complexa pela relação de oposição entre as duas equipas, pelo número elevado de elementos que interagem tanto de forma negativa como de forma positiva, pela imprevisibilidade das ações, pela necessidade do conhecimento tático do jogo para uma performance eficaz e ainda pelos diferentes meios que podem ser utilizados. O atleta de andebol deve ser rápido, polivalente, capaz de tomar decisões corretas e eficazes quer no ataque quer na defesa (Póvoas et al., 2012). Esta capacidade global de performance é influenciada por uma diversidade de aspetos: morfológicos (altura, peso, composição corporal), fisiológicos (sistema neuromuscular, sistema nervoso), bioquímicos (metabolismo, processos aeróbios e anaeróbios), psicológicos (personalidade, emoções), sociais (família, pares, envolvimento) e motores (capacidades condicionais e coordenativas). Este contexto torna muito difícil a tarefa dos responsáveis federativos e dos treinadores no reconhecimento dos jovens mais aptos ou potencialmente mais capazes para alcançar o alto rendimento. Reconhecendo esta dificuldade, os investigadores têm-se debruçado sobre a problemática de qualificação da prática durante os anos de formação desportiva, refletindo e debatendo de forma intensa nas últimas décadas (e.g., Arede et al., 2019; Côté et al., 2003 ).

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