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Considerando o panorama de pandemia devido à COVID-19, a Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel), em colaboração com o Comitê de Enfrentamento da Pandemia COVID-19 desta universidade, vem a público reiterar a necessidade de manutenção do distanciamento social, sendo contrária, no presente momento, a possibilidade de reabertura de academias, centros de treinamento e afins.

Este posicionamento não se contrapõe em nenhum momento ao potencial que as práticas corporais e atividades físicas têm na manutenção e promoção da saúde e bem-estar, tampouco desconsidera a gravidade de questões econômicas que profissionais da Educação Física, proprietários ou empregados de academias estão enfrentando neste período. Entretanto, pautamos nossos argumentos em evidências científicas, bem como, em projeções de cenários da capacidade hospitalar com e sem distanciamento social.

A Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e entidades como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a partir de evidências científicas, destacam que as medidas de distanciamento social são consideradas, no momento, como as únicas medidas efetivas e continuam sendo recomendadas para o controle da transmissão da COVID-19, evitando aceleração da propagação do vírus em proporções muito acima daquelas suportadas pelos sistemas de saúde (referências listadas abaixo). Se exemplificarmos a partir do caso de Pelotas, projeções publicadas pela Equipe Científica do Comitê de Enfrentamento da Pandemia COVID-19 da Universidade Federal de Pelotas destacam o impacto do relaxamento de medidas de distanciamento social no aumento da demanda de leitos clínicos e de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Além desse aumento da demanda hospitalar, a velocidade de adoecimento da população seria também acelerada em caso de relaxamento das medidas de distanciamento social, fazendo com que o município não tivesse tempo de seguir seu trabalho na busca de ampliação da capacidade de atendimento da população.

Entendemos que as atividades em academias, centros de treinamentos e afins geralmente têm um grande fluxo de pessoas e uso comum de equipamentos, sendo esses elementos propícios a transmissão do Coronavírus. Assim, destacamos que a reabertura desses estabelecimentos, por mais que represente apenas uma parcela do setor de prestação de serviços, e que seja proposta contemplando, em teoria, as medidas de cuidado para transmissão do Coronavírus, seria prejudicial para o enfrentamento da Pandemia. Neste momento, é necessário o monitoramento da evolução da pandemia no nosso contexto e das políticas públicas que estão sendo adotadas, desde as relativas ao distanciamento

social, até as urgentes medidas esperadas de mitigação dos problemas econômicos e sociais oriundos dessa crise.

[Caixa de texto: Por fim, entendendo a necessidade de manutenção das práticas corporais em tempos de quarentena, sugere-se que aqueles/as que já faziam alguma atividade física orientada por um/a profissional de Educação Física, tentem retomar sua prática por meio das plataformas digitais. Aqueles/as que não estavam engajados em práticas corporais e atividades físicas anteriormente, que busquem na medida de suas possibilidades, o encontro com tais práticas, mas em casa. A Educação Física seguirá buscando formas de colaborar com o enfrentamento da pandemia com ações de promoção da saúde e com atenção para evitar medidas que possam agravar a pandemia.]

Referências:

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Docentes da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel)

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