Resumo

Em dezembro de 2019, Wuhan, na China, despertou atenção internacional devido a um surto de pneumonia causada pelo novo coronavírus (2019-nCoV). A infecção pelo 2019-nCoV é mais provável em pessoas idosas com comorbidades ou com doenças crônicas associadas. Em virtude da alta taxa de transmissão entre humanos, essa doença tem disseminação rápida, o que fez com que diversos eventos fossem cancelados, dentre eles os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é discutir fatores de risco dos atletas olímpicos e paralímpicos, bem como dos espectadores, que justificam a decisão de adiamento dos Jogos de Tóquio 2020. A prática de exercício físico regular é associada à saúde e à prevenção de doenças crônicas. Embora normalmente pareça que os atletas estão em boa forma e são saudáveis, isso pode não ser verdade. O sistema imunológico, que protege o organismo de microrganismos invasores, pode ser afetado pela quantidade e qualidade do sono, assim como pela prática de exercício físico que influencia a qualidade da resposta imunológica. A prática de exercícios de alta intensidade e grande volume, além das alterações do sono no período pré-competitivo e os impactos do jet lag dos atletas que viajariam para os Jogos de Tóquio no ano de 2020 podem levar à supressão do sistema imunológico, deixando esses grupos mais vulneráveis à contaminação pelo 2019-nCoV. Além disso, no período previsto de ocorrência dos jogos em 2020 a pandemia poderia estar em regressão em alguns países e ascensão em outros, e isso também foi levado em consideração como um fator de risco. Nesse sentido, a tomada de decisão de adiar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 para o ano de 2021 devido ao 2019-nCoV foi correta e de extrema importância para preservar a saúde dos atletas olímpicos e paralímpicos, bem como dos expectadores. Nível de evidência V; opinião do especialista

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