Resumo

O tema base desse trabalho é a forma de gestão dos clubes de futebol ao longo das respectivas histórias no Brasil, observando as consequências do ato de governar sobre as matrizes econômicas que os suportaram. A história econômica do futebol combinada com a ação da indústria cultural e o processo conhecido como "globalização" suscitaram uma nova economia, a Economia do Futebol. A evolução de tal processo, que se inicia no amadorismo dos participantes alcançando o "futebol como negócio", é o cenário de fundo do trabalho. O objeto desta tese é o Allianz Parque, estádio da Sociedade Esportiva Palmeiras, em São Paulo, que emerge do movimento de transformação dos estádios no país, com vistas à Copa do Mundo de Futebol de 2014, a provocar, de modo não intencional, a possibilidade de mudança da matriz econômica dos clubes. A transformação do estádio Palestra Italia em Allianz Parque exibe o trajeto da alteração da matriz econômica, onde a metamorfose se expressa por dois cursos; um tangível, a mutação do estádio-arquibancada para o estádio-shopping, e outro intangível, a mudança de vínculo do torcedor com o clube: de torcedor-apaixonado a torcedor-cliente, esse novo ente que foi engendrado, sobretudo, pela globalização do futebol. O trabalho propõe-se a superar os limites da constatação da matriz econômica produzida em nosso futebol, ao avaliar o modelo de governança necessário para assegurar a perenidade da nova matriz, que permite a independência econômica dos clubes no Brasil.

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