Resumo

Com uma escrita poética, forjada na experiência sensorial do conhecer e perceber através dos sentidos, este artigo tem por objetivo descrever o inapreensível na montagem e reza do Altar do Menino Deus, tradicional auto natalino que atravessa gerações e é realizado há mais de quatro décadas por Dona Pulú, entre 24 de dezembro e 6 de fevereiro, no Jataí, comunidade rural de Canápolis, Oeste da Bahia. Essa manifestação religiosa, que representa a espetacularidade cotidiana em celebração ao sagrado e ao prazer de estar juntos, integra os estudos de meu doutoramento, cuja base teórica/metodológica está assentada na Etnocenologia, disciplina transdisciplinar que reconhece a alteridade não como algo diferente, mas singular, de modo a reconfigurar a noção eurocêntrica do saber, desierarquizando o status quo do conhecimento. É com esta perspectiva que se desenvolve a escrita poética e sensorial desse artigo.

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