Resumo

Mulheres pós-menopausadas apresentam perda de massa magra e o treinamento de força é uma importante estratégia na prevenção e/ou tratamento dessa situação. Concomitantemente, sugere-se o aumento do consumo de proteínas (ptn) para potencializar o efeito hipertrófico do treinamento de força, entretanto, poucos estudos avaliaram o efeito do aumento do consumo de proteína e leucina provenientes da dieta para potencializar a hipertrofia de mulheres pósmenopausadas. OBJETIVO: Avaliar o efeito de uma dieta hiperproteica (com maior quantidade de leucina) no ganho de massa magra de mulheres pós-menopausadas praticantes de exercícios de força. MÉTODOS: Vinte e três mulheres (63,2 ± 7,8 anos) pós-menopausadas foram randomizadas em dois grupos. O grupo que ingeriu maior quantidade de proteína e leucina (HIPER) (n = 11) recebeu um plano alimentar com 1,5g de ptn/kg/dia, enquanto o grupo normoproteico (NORMO) (n = 12) foi orientado a ingerir 0,8g de ptn/kg/dia. A intervenção dietética e o treinamento físico ocorreram durante 10 semanas. Ambos os grupos realizaram o mesmo treinamento, que consistiu em 3x/semana, a 70% de 1-RM, 3 séries de 8-12 repetições. A avaliação da composição corporal foi realizada por meio do DEXA. A dieta foi avaliada por meio do recordatório de 24 horas, sendo realizados três recordatórios no momento inicial e seis durante a intervenção. O software DietPro® foi utilizado para o cálculo de energia, macronutrientes e leucina. Utilizou-se o software STATISTICA 6.0 e os resultados foram comparados por meio de ANOVA de medidas repetidas, com posterior teste de post hoc de Tukey. O nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos com relação à composição corporal e consumo alimentar no momento inicial. Durante o protocolo de exercício, o grupo HIPER apresentou maior consumo de proteína (1,2 ± 0,3 vs 0,9 ± 0,2 g/kg/dia, p = 0,008) e leucina (6,0 ± 1,4 vs 4,3 ± 0,9g leucina/dia, p = 0,000) do que o grupo NORMO, respectivamente. Após o protocolo de treinamento (M0 vs M1), houve aumento da massa magra total tanto no grupo HIPER (37,1 ± 6,2 vs 38,4 ± 6,5 kg, p = 0,004), quanto no grupo NORMO (37,6 ± 6,2 vs 39,2 ± 6,2 kg, p < 0,001), sem diferenças entre os grupos (p = 0,572). Adicionalmente, não foram observadas mudanças na gordura corporal. CONCLUSÃO: O aumento do consumo de proteínas e leucina por meio da dieta não potencializou o ganho de massa magra resultante do protocolo de treinamento de força em mulheres pós-menopausadas.