O aumento do consumo de proteína e leucina não potencializa o ganho de massa magra de mulheres pós-menopausadas praticantes de exercícios de força
Por Luana T. Rossato (Autor), Paula C. Nahas (Autor), Flávia M.S. de Branco (Autor), Fernanda M. Martins (Autor), Aletéia P. Souza (Autor), Marcelo A. S. Carneiro (Autor), Fábio L. Orsatti (Autor), Erick P. de Oliveira (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Mulheres pós-menopausadas apresentam perda de massa magra e o treinamento de força é uma importante estratégia na prevenção e/ou tratamento dessa situação. Concomitantemente, sugere-se o aumento do consumo de proteínas (ptn) para potencializar o efeito hipertrófico do treinamento de força, entretanto, poucos estudos avaliaram o efeito do aumento do consumo de proteína e leucina provenientes da dieta para potencializar a hipertrofia de mulheres pósmenopausadas. OBJETIVO: Avaliar o efeito de uma dieta hiperproteica (com maior quantidade de leucina) no ganho de massa magra de mulheres pós-menopausadas praticantes de exercícios de força. MÉTODOS: Vinte e três mulheres (63,2 ± 7,8 anos) pós-menopausadas foram randomizadas em dois grupos. O grupo que ingeriu maior quantidade de proteína e leucina (HIPER) (n = 11) recebeu um plano alimentar com 1,5g de ptn/kg/dia, enquanto o grupo normoproteico (NORMO) (n = 12) foi orientado a ingerir 0,8g de ptn/kg/dia. A intervenção dietética e o treinamento físico ocorreram durante 10 semanas. Ambos os grupos realizaram o mesmo treinamento, que consistiu em 3x/semana, a 70% de 1-RM, 3 séries de 8-12 repetições. A avaliação da composição corporal foi realizada por meio do DEXA. A dieta foi avaliada por meio do recordatório de 24 horas, sendo realizados três recordatórios no momento inicial e seis durante a intervenção. O software DietPro® foi utilizado para o cálculo de energia, macronutrientes e leucina. Utilizou-se o software STATISTICA 6.0 e os resultados foram comparados por meio de ANOVA de medidas repetidas, com posterior teste de post hoc de Tukey. O nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos com relação à composição corporal e consumo alimentar no momento inicial. Durante o protocolo de exercício, o grupo HIPER apresentou maior consumo de proteína (1,2 ± 0,3 vs 0,9 ± 0,2 g/kg/dia, p = 0,008) e leucina (6,0 ± 1,4 vs 4,3 ± 0,9g leucina/dia, p = 0,000) do que o grupo NORMO, respectivamente. Após o protocolo de treinamento (M0 vs M1), houve aumento da massa magra total tanto no grupo HIPER (37,1 ± 6,2 vs 38,4 ± 6,5 kg, p = 0,004), quanto no grupo NORMO (37,6 ± 6,2 vs 39,2 ± 6,2 kg, p < 0,001), sem diferenças entre os grupos (p = 0,572). Adicionalmente, não foram observadas mudanças na gordura corporal. CONCLUSÃO: O aumento do consumo de proteínas e leucina por meio da dieta não potencializou o ganho de massa magra resultante do protocolo de treinamento de força em mulheres pós-menopausadas.