Resumo

Este artigo vem analisar, a partir de um estudo de caso comparativo entre o balé clássico e a dança contemporânea, como a dança se relaciona com a formação humana em uma sociedade capitalista hegemônica. Presenciamos na dança contemporânea formas muito ricas de trabalho, com uma grande abertura para o crescimento crítico e criativo do ser humano. Porém, estão presentes no grupo analisado algumas contradições no que se refere aos conteúdos e à metodologia utilizada para alcançar os objetivos. No balé clássico nos deparamos com a busca pela apropriação da técnica institucionalizada cujos significados e códigos refletem uma sociedade hierarquizada e autoritária. Sua proposta de trabalho é pautada na reprodução e repetição a fim de chegar a um movimento tecnicamente perfeito. Desvencilhar-se das antigas concepções reafirmadas pelo balé clássico sobre o ensino da dança é bastante árduo, porém muito necessário para que tenhamos uma nova proposta, pautada na liberdade e no respeito pela individualidade do ser humano. Acreditamos que também a possibilidade de criação, intervenção e questionamentos no espaço de ensino venha a ser fundamental para a formação de um ser humano que se entenda como sujeito de suas ações na sociedade em que está inserido.

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