Editora Agir. None 2007. 540 páginas.

Sobre

ntre 1955 e 1959 o futebol brasileiro passa por um dos seus principais períodos de transformação, quando o esporte se transforma na modalidade nacional, mobilizando multidões cada vez maiores. É nesse contexto que as crônicas de Nelson Rodrigues aparecem com maestria.

Prova da importância do autor é o seu texto após a primeira conquista de Copa do Mundo do Brasil, em 1958, em que Nelson Rodrigues descreve a situação com a célebre frase: O Brasil “descobre-se a si mesmo”.

Com sensibilidade  para os significados de cada partida, luta ou corrida, Nelson relaciona os esportes – além de futebol, boxe, remo, basquete, entre outros – com seus personagens e com o público e mostra como as disputas podem ser vistas como pequenas metáforas da existência humana. 

Como escreve o próprio Nelson Rodrigues ao explicar a semelhança entre futebol e teatro: “Para os bobos, não existe a menor relação entre uma coisa e outra. Existe, sim. O futebol vive dos seus instantes dramáticos e um jogo só adquire grandeza quando oferece uma teatralidade autêntica. Pode ser uma pelada. Mas se há dramatismo, ela cresce, desmedidamente”.

“O berro impresso das manchetes” traz um panorama definitivo da crônica esportiva de um dos nossos escritores mais importantes, em uma época ainda romântica do jornalismo, em que cada descrição de um gol era uma peça literária